quinta-feira, 25 de dezembro de 2008
Carta Mensal: "Não me toques"!
Postado em 10/12/2008
“NÃO ME TOQUES”
“Pois, nunca antes na história deste país, o povo brasileiro foi tão solidário como desta vez com o sofrido povo catarinense. O que me espanta e me
impressiona ainda mais é que a sociedade sabe, perfeitamente, se manifestar de forma prática e efetiva, quando as tragédias têm visibilidade. Que dá para enxergar. Por quê este mesmo povo, de todos os cantos do Brasil, não se ajuda? Por quê não reage à altura, da mesma forma uníssona, para fazer do Brasil um país sério e pronto para crescer? Qual a razão para só ajudar vítimas de enchentes e deslizamentos de terra? Por quê a imprensa aberta entende que só algumas tragédias são merecedoras de atenção? Enquanto os catarinenses, de forma dramática estão desolados e flagelados devido as enchentes e deslizamento dos morros, os brasileiros, há muitos anos, vem sendo atacados, implacavelmente, por inúmeros deslizamentos de pesados impostos e fantásticas safadezas." Gilberto Simões Pires – Ponto Critico
Inicio a última Carta Mensal de 2008 com essa citação do jornalista e meu amigo Gilberto Simões, de Porto Alegre, citação que dispensa comentários, para abordar algo que incomoda, mas ainda não foi percebido: o “não me toques” em relação à política partidária, praticado por tanta gente. Principalmente por gente que tem alguma influência, gente que poderia fazer muito mais do que denunciar desmandos. Não que isso não seja útil, pelo contrário, ajuda a formar uma nova visão por parte dos que acompanham artigos e comentários, mas há que se refletir se esse posicionamento isolacionista, mesmo adotando uma postura ideológica ou opositora, pode promover as transformações que são tão necessárias para o Brasil e, claro, para a vida de todos nós. É claro que compreendo perfeitamente as razões que levaram tais pessoas a assim se posicionarem – e não lhes tiro a razão, eu agiria da mesma forma. Mas há algo novo, realmente inovador, e que deve merecer atenção muito especial, pois se trata da verdadeira e única solução para o Brasil. Solução lógica, racional e alinhada com a essência da natureza humana. Antes porém, uma pequena análise do quadro “não me toques” e para onde isso pode nos levar.
O afastamento progressivo da maior parte da Sociedade da política é algo sem precedentes no País. Se o voto fosse facultativo, e talvez por isso não seja, seria um vexame mundial, provavelmente. Já vi estatísticas que mostram que 80% dos eleitores não sairiam de casa para votar. O volume de abstenções representado pelos votos nulos e brancos já chega à casa dos 35% fácil. Muita gente descobriu que é mais fácil e menos atentatório à sua dignidade pagar a multa de R$ 3,00 diante da obrigação de votar, sob pena de represálias do Estado. E chamam isso de democracia...
E o que temos? A maioria absoluta nem se lembra em quem votou na última eleição, exceto para presidente e governador. E querem que o País se arrume... Lamento informar, mas isso não vai ser possível considerando a manutenção do modelo equivocado de País que temos. Não tem mágica que arrume. Com todo respeito que tenho por vários políticos, todas as 28 legendas políticas só têm uma proposta: ficar no poder, na linha de frente ou encostado. Custe o que custar – para a Nação, obviamente. Aliás, essa é a opinião dominante de 99% da Sociedade Brasileira.
Esse quadro é excelente para quem está no poder. Há cada vez mais evidências de que os atuais integrantes do Governo Federal, além de muitos do Legislativo Federal, são membros de um audacioso projeto de poder para toda a América Latina – o Unasul está aí para referendar isso, resultado do Foro de São Paulo, criado e integrado por gente como Fidel Castro, Farcs, guerrilheiros de “movimentos sociais” como os Sem Terra, Sem Casa, os Sem Rumo e os Sem Vergonha, dentre outros, incluindo, integrantes de vários partidos brasileiros.
E isso não é de hoje. Muitas das medidas, ou falta delas, incluindo a libertinagem da criação de enclaves indígenas dentro do próprio Brasil, já vêm de longe, antes do atual governo. Teoria da Conspiração? Bem, é melhor observar os fatos da História mais recente, de uns 20 anos para cá, juntá-los e montar o quebra cabeça. Quer concordemos ou não, as peças se encaixam. Eis algumas delas:
1. Fragmentação do Território Federal – casos como Raposa do Sol, grupos indígenas do oeste do Mato Grosso, quilombolas, campesinos, sem terra... tudo garantido por uma Constituição que impôs a “função social da propriedade”, conceito que pode ser interpretado de mil maneiras, todas péssimas, pois propriedade só tem um conceito correto: propriedade.
2. Destruição do tecido social – cartilha oficial que ensina o uso de drogas, apoio oficial à prostituição, condenação do capitalismo e ufanização de déspostas nas escolas, progressiva eliminação de fatos históricos brasileiros, criando um vazio no passado e eliminando referências de heróis brasileiros, foco forçado nos esportes e música com a expansão da idolatria, incentivo à homossexualização, criação de cotas raciais e sociais dividindo e subdividindo um povo que estava cada vez mais miscigenado e unido, banalização de valores éticos e morais, destruição da família, desmoralização das instituições com a expansão e descaramento da corrupção, desmandos e descasos, dificuldades crescentes causadas pela burocracia para quem produz, ampliação do ócio incentivado (poderia se dizer, “vagabundagem” mesmo) através dos chamados “programas sociais” e “redes de proteção”, criminalidade e impunidade, enfim, o relativismo moral;
3. Destruição da empresa – com excessos trabalhistas crescentes, burocracia estonteante, tributos que ultrapassaram o conceito de extorsão, o controle centralizado com forte apoio da tecnologia da informação por parte da Receita Federal, que elimina a autonomia de procedimentos e competitividade de estados e municípios, empurrando cada vez mais empreendedores para a informalidade e para “negócios” marginais.
4. Destruição do Indivíduo – com o modelo de educação que não educa, desde a creche, formando pessoas cada vez mais vazias emocionalmente e moralmente, treinadas para o “politicamente correto” para ampliar a patrulha social, a universidade, banalizada pelo mercantilismo subvencionado pela regulamentação centralizada, a esmagadora maioria da imprensa dominada, praticamente fechada a idéias como o federalismo – estão cavando a própria sepultura? - está se anulando o individuo. Com o cada vez mais forte controle da informação e da informatização, o Estado nos empurra para o surreal quadro antecipado pelo filme Matrix. Poucas provas disso estão nos atos da Receita Federal que já coleta informações de cartões de crédito e atividades bancária, Detrans e circunscrições de imóveis, e lançará uma nova carteira de identidade com chip, que deverá ser usada até para comprar uma caixa de fósforo. Logo o Estado saberá tudo e muito mais sobre cada um. George Orwell e Aldoux Huxley tinham razão?
5. Uma Carta Magda – Pois é, não temos uma Carta digna de ser Magna. Muito menos cidadã! Cerca de 2/3 do texto constitucional em vigor desde 1988 não valem nada, pois não foram regulamentados. O restante, 1/3, com raríssimas exceções, não presta. Com 56 emendas, inclusive nas Disposições Transitórias, e mais de 3 milhões de normas legislativas editadas desde 88, temos um desordenamento jurídico, subjugado à “lei da falta de lei”, ou seja, tudo que não estiver prescrito positivamente (que significa dizer o que pode ou não pode), está livre para ser feito, razão de tanta impunidade. Advogados não fazem nada mais do que sua obrigação, assim como, os juízes: cumprir o que está escrito com base no que não está. Por falta de um modelo consuetudinário de justiça e descentralizado para diminuição de instâncias, o Judiciário se transformou apenas em uma indústria de petições. E a policia se limita ao espetáculo, nominando operações, pois, com raras exceções, quase sempre focadas na parte mais fraca, ninguém fica preso. Passado o show, a vida segue.
A idéia subjacente dessa “engenharia destrutiva” parece ser “unir” os povos latino-americanos para uma grande região que substituiria, já dentro de um novo modelo de controle social, um novo modelo de totalitarismo, implantado aos poucos e de forma indolor, as fronteiras por um único país. Repito a pergunta: teoria da conspiração? Repito a resposta: junte os pontos, os fatos que citei e todo mundo sabe e conclua você mesmo para onde estamos indo. Não importa se isso tudo tem um planejamento central ou não, se tem um pequeno grupo que “mexe os pauzinhos” ou não, se tem ideologia disso ou daquilo, o que importa é que o conjunto dos fatos forma um quadro assustador. Já está assustador, quando nos damos conta, mas estamos como sapo na panela de água que vai esquentando, sem que este se mexa, até que seja tarde.
Observe, meu caro leitor, a que ponto chegamos nesse não me “toquismo” criado dentro do quadro de perversões que afastou todo mundo da politica: para se fazer uma simples palestra sobre propostas que um novo partido pretenda em uma entidade qualquer, associação, empresa, universidade, colégio, talvez até em um canil, não pode! Porque? Ah! Porque é um partido... Mas, e qual é o problema? É um partido que sequer está registrado e esse excesso de pudor não faz sentido, afinal, de dois em dois anos todos somos obrigados a votar. Alguém sabe de proibições e esse tipo de comportamento nos EUA? Esse “não me toque” é uma das maiores bobagens que se faz no Brasil, porque o que sobra é o toque retal dos dedos dos governos em cada individuo, como nunca antes neste País. Nos EUA, jornais como o New York Times, dentre outros, se declaram abertamente para um partido ou candidato ou outro, televisões e até vários apresentadores e entrevistadores. Assim é também na Europa, em vários países. Aqui, fica a coisa hipocritamente velada...
Quer mais? Empresários brasileiros chegam a doar importâncias iguais para vários partidos, abertamente, uma coisa abominável, pois falta coragem aos empresários em declararem-se, unidos, contra a carga tributária, contra a burocracia, contra o império trabalhista, preferindo fazer acordos, pedir parcelamentos e continuar a pagar a conta da extorsão continuada. O Brasil está ficando sem face, sem essência, sem rumo, porque até mesmo seus melhores pensadores abstém-se de assumir uma posição partidária, especialmente essa que traz o melhor dos modelos para o Brasil. Acham que pagar a campanha de um candidato vai resolver suas vidas, não vai, o incesto continua e quem sai perdendo é o próprio empresário e, claro, por conseqüência, o País, a Nação. Precisam ler um pouco mais de Bretch...
Mais e mais pessoas se afastam da política, pelo nojo que a política brasileira provocou, fazendo exatamente o jogo dos que estão no poder. Quanto mais gente se afasta da política, portanto, apenas reclamando, xingando, denunciando, etc., maior a possibilidade de um rompimento do tecido social e institucional, porque falta o conhecimento da relação de causa e efeito. É importante denunciar? Com certeza! Tem pessoas que fazem isso com propriedade, mas é preciso apontar soluções, sob pena de, na minha modesta opinião, jogar a Sociedade, revoltada, no limbo, pois sem solução, qual é a esperança?
Lembro que o Chavez se tornou um proto-ditador exatamente pela omissão de 80% da população venezuelana, incentivada pelos políticos de oposição, quando deixaram de votar em eleições parlamentares em 2005. Resultado: os partidários de Chavez votaram e elegeram todos os parlamentares chavistas, dando-lhe total poder de mudar a constituição, fazer leis e por aí afora. Vai levar anos, talvez dezenas, até que se consiga recuperar a bobagem que fizeram. E aqui, vamos fazer isso também? Vamos aceitar o “sifu” recomendado? Da parte dos federalistas, certamente que não.
Por isso conclamo! O Brasil e seu povo tem uma chance: o federalismo através do Partido Federalista. Quero que compreendam que não se trata de apenas mais um partido que quer chegar ao poder. Sim, precisamos chegar ao poder para transformá-lo. Mas com um projeto definido. E temos esse projeto. E com um partido realmente democrático que pertence aos filiados e não aos caciques partidários. O único do Pais! Agora temos opção real de transformar o Brasil, mas é preciso consolidá-la legalmente. É aí que entra você, caro leitor, seja um ilustre desconhecido ou não.
A pratica do “não me toques”, o “murismo”, o “não quero me comprometer” ou mesmo “ o não posso”, deve acabar! Não tem mais desculpa. Temos uma opção, a única: o federalismo pleno das autonomias dos estados e municípios. Se não conhece bem ainda o Projeto, navegue pelas idéias, pelo Programa e Fundamentos no site federalista (www.federalista.org.br). E para aplicar o Federalismo, sob uma nova Constituição, referendada pelo Povo, é preciso ajudar a construir uma frente política, pois ainda temos uma certa normalidade democrática, apesar dos inúmeros desrespeitos à atual Constituição. Não podemos esperar pelo resultado da longa ação que se desenrola no TSE e que provavelmente irá ao STF para obter o registro do Partido Federalista, se saber o que vai acontecer com um entre milhões de processos que deságuam na Suprema Corte. Temos que colher as assinaturas de apoio, autenticá-las nos cartórios zonais eleitorais e cumprir o processo imposto “legalmente”. Mas eu encaro isso como oportunidade de organizar o Partido Federalista, de identificar lideranças e de gente que quer realmente sair do muro e transformar o Brasil na nossa Nação. Francamente, prefiro este caminho. Nascer forte, faremos isto!
Portanto, caro brasileiro, agora existem duas opções: deixar como está para ver como é que vai ficar, ou construir outro futuro para o Brasil, para si próprio e para seus descendentes, sem mencionar o ato patriótico que isso implica. Não fazer nada me faz lembrar que existem duas dores, a do sacrifício e a do arrependimento, uma deverá ser optada, inexoravelmente. Agir implica em sacrifício, ainda que mínimo, mas imagine, somos 120 ou 130 milhões de eleitores, não lhe parece que somos a maioria?
O que você pode fazer então? Vamos lá, qualquer uma ou algumas das alternativas é de grande eficácia:
a) filiar-se ao Partido Federalista
b) fazer o apoiamento e captar mais apoiamentos dentre seus relacionados;
c) contribuir financeiramente – vamos soltar resolução sobre isso em janeiro/09;
d) escrever artigos, fazer comentários, blogs, cartas na imprensa, chats, enfim, tudo em critica direta ao modelo centralista, denunciando as mazelas mas lembrando que são efeitos desse modelo, e a solução descentralista, a autonomia local, o poder local com responsabilidade local – é preciso que mais gente descubra a relação de causa e efeito, para que deixem de apenas focar nos efeitos. Focar nos efeitos é perda de tempo, focar na causa, é eficiente e eficaz. Mesmo os governos que aí estão, juntamente com muitos políticos, e tudo que aprontam, são efeitos e não causas.
e) Identificar pessoas – ou você mesmo – para indicar ao Partido Federalista, a fim de formar comissões locais.
O que estou propondo é objetividade. Nada mais que isso. Não podemos ficar esperando algo acontecer, porque esse algo não será bom, recomendo não arriscar... A emergência aumenta, mas ainda dá tempo! Podemos ter não apenas o registro do Partido Federalista, mas a sua organização em todo o País, criando uma forte possibilidade de sermos uma grande surpresa em 2010. Se você quer isso então desculpe o tom de “ordem”: aja agora!
Penso que essa mensagem, com visão e planejamento objetivos seja a melhor que poderia ser para um mês como dezembro, considerando o que se deseja para o futuro, começando pelo ano de 2009. Mas não quero deixar de agradecer e agradeço muito às pessoas que tomaram a iniciativa de ajudar o Partido Federalista, que estão se dedicando de corpo e alma, algumas até com muito sacrifício pessoal – como o Secretário Geral Cesar Mori e o Diretor Tesoureiro Wagner Godói – dentre outras que em maior ou menor grau, estão contribuindo e fazendo a sua parte, criando todas as condições para a construção dessa nova e inédita frente política, a única com condições de reverter o quadro citado acima.
Aproveito para desejar também, de forma muito particular para cada pessoa que nos acompanha e nos honra com sua atenção, excelentes festas e momentos de Natal e passagem para o Ano Novo, renovando-se todas as esperanças individuais, assim como, as esperanças de que o Brasil, afinal de contas, tem jeito, bastando tão somente nossas ações, pois as ações de alguns contagiam, serão exemplos para mais e mais gente, já que praticamente não há resistência às idéias tão fortes, democráticas de verdade e honestas na essência.
Em 2009, contamos com os brasileiros de verdade!
Feliz Natal, Feliz 2009!
Saudações federalistas!
Thomas Korontai
Extraído do site http://www.federalista.org.br/v10/
1 Comment:
Olá, Renam, tem um prêmio para você lá no Blog do Clausewitz e espero que você aceite e faça suas indicações... grande abraço e feliz ano novo...
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