O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE VIII

sábado, 28 de fevereiro de 2009


Essa é a última parte dessa matéria da Revista Época, que por considerar muito pertinente postei em partes para facilitar a leitura e compreensão. Percebe-se claramente que por trás de toda a doutrinação teológica e filosófica, está o comunismo mais presente e cada vez mais solidificado nos corações e mentes dessas pessoas. 

CAMINHOS DO ISLÃ

Brasileiras sem ascendência árabe, Latifa, Samira e Andréia vivem na comunidade muçulmana da gaúcha Passo Fundo... e Luana, Elisângela e Dona Ilma, que cruzam o Viaduto Santa Ifigênia, no centro da capital paulista, são militantes da religião na Grande São Paulo
Por trás do véu, um novo perfil de mulher islâmica

Chamadas de “mulher-bomba” nos ônibus metropolitanos, elas começam a alterar o cenário urbano


Ela é “Dona” Ilma. E tão dona que o dela merece maiúscula e já se integrou ao nome. Não por acaso, é a que lidera a fila na foto. Como ela mesma diz, abriu seu espaço com “punhos e conhecimento”. Ilma Maria Vieira Kanauna é uma das pioneiras no movimento islâmico afro-brasileiro, em São Paulo. Aos 53 anos, convertida há mais de duas décadas, é tratada com um temor respeitoso, porque Dona Ilma é mulher braba. Nada mais distante dela que o estereótipo da mulher árabe submissa, sempre dentro de casa, que resiste no imaginário ocidental como a realidade única da mulher no islã. Sua cartilha é a das malês, mulheres ativas no levante escravo de 1835. “A América foi edificada sobre os ombros dos homens negros e o ventre das mulheres negras”, diz com solenidade. “E o islã é o espelho em que eu me vi refletida.”

Dona Ilma é filha de uma “tradicional família negra”, de origem matriarcal. Até os 6 anos, se criou numa área de quilombo, em Minas Gerais. Lembra a avó e a mãe sempre vestidas de preto, rezando com a janela aberta e mandando nos homens e no curso da vida. Quando a mãe morreu de parto, o pai se mudou, e ela ainda hoje diverte-se com a memória dos primeiros brancos que surgiram no seu campo de visão. “Eu e meu irmão achávamos que eram lobisomens”, diz. “Nos chamavam pra brincar, e a gente se escondia achando que iam nos comer.”

Algumas aventuras mais tarde, porque a vida de Dona Ilma dá mesmo um romance, acabou filha adotiva de uma família de descendentes de alemães, com quem ainda hoje vive e se entende bem. Primeiro tornou-se comunista, depois muçulmana. É educadora por vocação e, por convicção, só trabalha em escolas de periferia. Compara o 11 de setembro a “uma mulher que passa a vida apanhando e um dia dá 11 tiros no marido”. E acredita que a violência no Brasil, da qual já foi vítima, é a forma de as minorias sem identidade e futuro pedirem socorro. “Nossas crianças estão perdidas, escrevendo Joaquim com ‘n’ e não se reconhecendo em espelho algum”, diz.

A testa lisa de Dona Ilma só é contraída por uma ruga quando fala sobre a nova geração de muçulmanos. “O islã sempre trouxe cidadania para as minorias. E as periferias são as senzalas de hoje. Mas as novas gerações têm muito punho ainda, tenho medo que acabem sendo segregacionistas”, afirma. “Não precisamos mais de um discurso de raça, precisamos de cidadania. Acredito, porém, que é um ritual de passagem. Quando me converti, também era muito radical. Vamos deixar eles gritarem um pouco.”

Na foto, ela é seguida por Elisângela Résio, de 31 anos, e Luana de Assis, de 28. Há quatro, Luana trocou a vida de “balada de segunda a segunda” e um figurino hip-hop para se tornar muçulmana. Elisângela se converteu em maio, no dia em que casou com o rapper Leandro Arruda, que conheceu num show dos Racionais MC’s. Até pouco tempo, um início de romance inusitado para uma muçulmana. “O que você acha de Jesus?”, ele perguntou. Tudo começou a dar certo quando ela disse que Jesus era um profeta – e não o filho de Deus.

Como qualquer trabalhadora, elas pegam ônibus e trens lotados de segunda a sexta- -feira, da Grande São Paulo para a capital, e vice-versa. Nas ruas, já se habituaram a ser chamadas de “mulher-bomba” ou “prima do Bin Laden”. “O povo não está acostumado a ver muçulmanas sacolejando em ônibus e trens como qualquer mulher que precisa trabalhar”, diz Luana. “Confundem religião com cultura, acham que todo muçulmano é árabe e toda muçulmana só fica em casa.”

Fiel às rimas de sua geração, Elisângela dá um conteúdo político próprio à indumentária islâmica. “A mídia impõe que brasileira tem de andar de minissaia ou shortinho, meio pelada. É a imposição de um estereótipo que as mulheres seguem desde criança sem nem se dar conta”, diz. “Por que minha roupa de muçulmana chama a atenção dentro do trem e a menina seminua não?” A própria Elisângela responde: “ Porque estou fora dos padrões que a mídia impõe, tenho identidade própria, fiz minha escolha”.

Elisângela afirma que conseguiu até parar de fumar. Só demorou a aceitar que o marido possa ter outras mulheres – “direito” pouco exercido no Brasil, que pune a bigamia no Código Penal. Depois de embates internos, ela capitulou. “É um direito dele. Quem sou eu para discordar do Alcorão? ”, diz. “Prefiro que tenha uma segunda mulher do que me traia. O homem tem necessidades.”

Essa mesma mulher traz na cabeceira O capital, de Karl Marx, e diz admirar Che Guevara com fervor revolucionário.


Fonte: Divagações

Fonte: Revista Época

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE VII

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009


DO RIO GRANDE PARA MECA

Muhammad (de camisa listrada) é líder religioso de uma das mais organizadas comunidades do interior do país
Muhammad foi ao cinema e se converteu


Hoje, ele prepara “a base de um levante cultural”, com migrantes nordestinos e gaúchos sem-terra, em Passo Fundo


Nivaldo Florentino de Lucena recebeu a dica de um amigo: “Tem um filme com a história de um negão que é da hora!”. O “negão” era Malcolm X. O filme era a biografia do ativista americano, dirigida por Spike Lee. Numa sessão lotada de rappers, Nivaldo, da Zona Leste de São Paulo, concluiu que o negão era da hora mesmo. Filho de uma mãe que, no censo do IBGE, se declarava “branca” e de um pai que se anunciava “pardo”, ele pertencia à geração que tinha certeza de que eram todos “negros”. Saiu do cinema decidido a encontrar uma mesquita. Era 1992. Muhammad trocou a bebida, as drogas e os pequenos crimes pelo Alcorão. Anos mais tarde, se formou em teologia islâmica na Líbia. Em 2002, desembarcou na gaúcha Passo Fundo, cidade de colonização europeia, onde loiras naturais são tão corriqueiras como o chimarrão. Tinha duas metas sob a takiah muçulmana: assumir um posto numa multinacional de frangos halal (abatidos segundo a prescrição islâmica) e divulgar o islã.

Quando Muhammad Lucena chegou, havia três famílias muçulmanas de origem árabe. Hoje, ele conta mais de 40, a maioria composta de trabalhadores da empresa. Muhammad se tornou o imã, líder religioso, de uma comunidade com um perfil inédito: migrantes nordestinos que chegaram ao sul como mascates e gaúchos que trocaram a zona rural pela periferia da cidade. No caso de Passo Fundo, o islã disputa, no campo religioso, com a Igreja Católica e com as neopentecostais evangélicas. No campo político, com o MST. “Sempre fui peão e, como negro, fui vítima de muito preconceito aqui no Rio Grande”, diz Valdivino Bueno da Silva. “Tinha intenção de virar sem-terra, como o meu irmão, mas acabei ficando por aqui e me convertendo.” Em 2005, aos 24 anos, ele conseguiu vencer o alcoolismo e virou Abdallah.

Tornou-se “irmão” no islã de João Paulo Silva, que deixou o sertão do Ceará para vender artigos de cama e mesa pelas ruas de Passo Fundo. “Gaúcho chama todos os nordestinos de baiano”, diz. “Era uma vida sofrida.” Aos 20 anos, mudou de sina, adotou o nome de Jaber e virou um obstinado divulgador do islã. Converteu a mulher, irmã de um pastor da cidade. E também os sogros, que abandonaram a crença evangélica e vieram do interior do Paraná para ficar perto da comunidade islâmica de Passo Fundo, em franca expansão. Ela já tem um cemitério e o terreno da futura mesquita, doado pelo governo do Kuwait.

Muhammad, de 33 anos, casado com uma branca e pai de cinco filhos, defende um islã para todas as cores e raças. Na Líbia, conheceu Louis Farrakhan, mas não simpatiza com as “ideias radicais” do líder da Nação do Islã. Ele crê, porém, que o Brasil vive “uma nova revolução islâmica”. “Há focos do islã borbulhando em toda parte. Existem hoje brasileiros estudando na África, na Ásia e no Brasil para fazer a inserção de muçulmanos em órgãos-chave”, diz. “Já temos a base pronta, com os mais pobres. Só nos falta um líder para ter um levante. Não armado, mas cultural.”

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE VI

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009


VELHA-GUARDA

Seu Malma é um dos pioneiros do islã afro-brasileiro
A mesquita dos negros



No centro de São Paulo, uma África islâmica



A Mesquita Bilal Al Habashi é um daqueles lugares que fazem de São Paulo uma cidade fascinante, apesar do trânsito e da poluição. No 9o andar do Edifício Esther, exemplar modernista do centro, estudado nas escolas de arquitetura, a mesquita acolhe imigrantes da África e brasileiros de origem africana para as cinco orações do dia. Instalada no apartamento que foi do pintor Di Cavalcanti, ela evoca uma intrigante algaravia: inglês, francês, português e dialetos tribais. As vozes só silenciam para ouvir o xeque recitar o Alcorão – em árabe. Enquanto os muçulmanos rezam, o edifício repete uma rotina caleidoscópica. Na cobertura, vive o padeiro com sotaque francês Olivier Anquier. No subsolo, um cabaré exercita outras línguas. No histórico Edifício Esther, a Bilal al Habashi tem essa sina. Cultiva o espírito, espremida entre o pão e a carne.

Inaugurada em 2005, a mesquita tem um nome simbólico. Bilal foi um escravo abissínio torturado pelo dono para renunciar à religião. Resistiu e tornou-se o primeiro muezim do islã, encarregado de chamar os fiéis para as orações. Bilal era também o nome de um dos líderes da revolta dos malês. Assim, é um símbolo de resistência tanto para africanos no Brasil como para brasileiros com raízes na África.

O presidente da mesquita é também uma instituição. Muhammad Ali, como o famoso boxeador, foi um dos primeiros muçulmanos sem ascendência árabe em São Paulo. Aos 17 anos, chamava-se Jair Maceió quando ouviu pela primeira vez o nome do islã junto ao Viaduto do Chá, ponto de encontro dos negros paulistanos. Jair vivia a orfandade com os pais vivos. Sem recursos para criá-lo, eles entregaram-no ao Estado. O sobrenome, Maceió, como é comum entre descendentes de escravos, indicava a terra onde o avô fora cativo. Desenraizado, a luta pelos direitos civis dos negros americanos, nos anos 60, retumbou dentro dele. Quando o boxeador Muhammad Ali se recusou a lutar no Vietnã, dizendo que aquela não era uma guerra dele, Jair acreditou ter agarrado a ponta de uma raiz comum. Parou de dançar, seu “único vício”, e tornou-se Muhammad Ali Numairi. Com esse nome, fundou a Mesquita Muçulmana Afro-Brasileira, em 1974, ao lado de Joel Azor da Silva e Abdullah Menelik Omar. O objetivo “era arrumar a sociedade negra e impedir a dissolução da família afro-brasileira pela bebida e pela droga”.

Aos 58 anos, Seu Malma, como é conhecido, diz que o islã é para todos. Sua mesquita virou bússola para os perdidos africanos, a maioria clandestinos no Brasil. Eles dividem o espaço com “o pessoal do rap”, que tem dado dor de cabeça a Seu Malma. “Música é proibido no islã. E gueto só serve à classe dominante, que quer mantê-los lá”, diz. “Mas eles acham que o rap é importante para divulgar o islã na periferia e que eu sou da velha-guarda.” Com a “jovem guarda do islã”, Seu Malma compartilha a utopia: “Quero fazer do Brasil um país muçulmano”.

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE V


LUVAS E ALCORÃO

Muhammad Al Mesquita, ex-campeão mundial de boxe, converte na academia
O boxeador de Alá



Na Paraíba, ex-campeão mundial tem uma mussala na academia

Cinco vezes ao dia, toda atividade cessa na Academia Mesquita Brothers, um dos principais centros de treinamento de boxe em João Pessoa, na Paraíba. Os sacos de areia deixam de ser esmurrados sem parar. No ringue, os lutadores baixam a guarda. Produz-se, então, uma cena impressionante. Tapetes são rapidamente estendidos, e os boxeadores, liderados por Muhammad Al Mesquita, se prostram em direção a Meca. Brasileiros, recitam versos do Alcorão em árabe. Depois, voltam a bater com força e ainda mais inspiração.

Muhammad era Francisco Mesquita, ex-campeão mundial de boxe na categoria superleve. Carioca, converteu-se ao islã em Nova York, nos anos 90. Compartilha com Muhammad Ali o boxe e a religião. “Mas não me converti por causa dele. Um amigo me convidou para ir a uma mesquita. Lá o xeque falou de Deus como eu nunca tinha ouvido”, diz. “Tocou meu coração.”

O boxeador de Alá se esquiva de questões políticas como se fossem jabs. Confessa que sonha em transformar o Nordeste no “celeiro do islamismo”, com pelo menos uma mesquita e um xeque em cada capital. “Todos precisam saber que existe essa opção de fé, que responde a questões que outras religiões não respondem. É preciso mostrar o caminho da verdade. Aí cada um decide se quer trilhá-lo”, diz. Ele já mostrou o “caminho” a 17 jovens boxeadores.

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE IV

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009


ARAUTO

Valter Gomes foi um dos principais divulgadores do islã no movimento negro. Na foto, ele ora num abatedouro halal, que segue os preceitos islâmicos

Malik é o presidente do Núcleo de Desenvolvimento Islâmico Brasileiro (NDIB), a organização mais combativa do novo islã negro. O vice-presidente faz formação no Paquistão desde o ano passado. Pequeno, o NDIB tem apenas oito integrantes, entre eles Sharif e Leandro. Mas foi capaz de promover, no fim de 2007, um encontro entre o americano Fred Hampton Jr., o rapper Mano Brown e lideranças do movimento negro e de jovens muçulmanos, em São Paulo. Fred Hampton Jr. é o filho do líder dos Panteras Negras – organização criada nos anos 60, nos Estados Unidos, que defendia teses como o pagamento de compensação aos negros pela escravidão e o armamento daqueles que se sentissem ameaçados pela força policial.

Ativista como o pai, Hampton Jr. passou quase nove anos preso e fundou na cadeia o Prisoners of Conscience Committee (POCC), em português Comitê dos Prisioneiros de Consciência. Nem o POCC nem Hampton Jr. se apresentam como muçulmanos. Mas a organização tem islâmicos na coordenação, com quem o NDIB mantém boas relações. O POCC defende que todos os detentos são prisioneiros políticos, porque a desigualdade racial não lhes deu escolha. As prisões seriam, para eles, um dos passos do extermínio planejado da população negra.

Numa parceria com o Conselho Nacional de Negros e Negras Cristãos, o NDIB levou Hampton Jr. a um encontro com a comunidade afro-brasileira em Salvador, na Bahia. Suas teses têm pontos de conexão com a campanha “Reaja ou será morto, reaja ou será morta”, concebida por organizações sociais baianas, que denuncia aquilo que consideram ser o “genocídio da juventude negra brasileira pela violência do aparato repressivo do Estado” e prega “a defesa por todos os meios necessários”.

Hampton Jr., que também conheceu os morros do Rio de Janeiro, anunciou uma conexão entre o Brasil e os Estados Unidos. “O manifesto antiterrorista não deve observar nenhuma fronteira colonial. Precisamos combater todas as formas de terrorismo que nos são impostas: o crack, a falta de políticas públicas, a aids e o ataque policial. O povo negro é a vítima preferencial”, diz. Em Salvador, ele concluiu com uma analogia: “Para nós, do POCC, cada dia é como se fosse 11 de setembro. O que os brancos sofreram com o ataque terrorista, nós, negros, sofremos todo dia”. Em São Paulo, Hampton Jr. e Mano Brown cerraram os punhos. E foram aclamados.

O principal articulador da vinda de Hampton Jr. foi Sharif, que mantém contatos com muçulmanos dos guetos da França, do Canadá e dos Estados Unidos. Rapper, ele trabalha com a educação de crianças e faz parte do movimento de literatura periférica. Aos 25 anos, tem um texto contundente, com forte denúncia da desigualdade racial. Descendente de africanos e italianos, tem olhos verdes e pele clara, mas não tem dúvidas de que é negro. “Dizem que não existe raça e somos todos brasileiros, mas qual é a cor que predomina nas cadeias, na Febem e nas favelas? Negros”, afirma. “Não queremos vingança, só nosso lugar numa sociedade que ajudamos a construir. O islã não tem cor, é para todos. Mas somos negros numa sociedade racista. Então temos problemas à parte para resolver e nos posicionamos.”

Os ativistas do NDIB acreditam que o islamismo pode ser uma alternativa à conversão evangélica, maciça nas prisões brasileiras. Para seu projeto político-religioso, entrar nas cadeias é estratégico, e o POCC, de Hampton Jr., é um parceiro importante. “Os presos têm virado crentes por falta de opção, porque a última escolha do presidiário é virar evangélico”, afirma Leandro. “O islã é construção de conhecimento. Queremos trabalhar levando essa consciência, construindo a história de cada um e mostrando que, independentemente do crime que cometeram, eles são presos políticos”, diz Sharif.

Em 2009, o núcleo islâmico quer iniciar a construção de Nova Medina, uma comunidade muçulmana capaz de acolher os convertidos de vários pontos da periferia paulista. “Hoje estamos espalhados, e isso dificulta a organização”, diz Malik. “Sonhamos com um bairro muçulmano onde não existam bares com bebidas alcoólicas nas esquinas, os açougues não vendam carne de porco, nossas crianças possam estudar em escolas islâmicas e nossas mulheres não sejam chamadas de mulher-bomba.” Para isso, pensam em adquirir um pedaço de terra e fazer um loteamento. Alguns já se mudaram para a periferia de Francisco Morato, um dos municípios mais pobres da Grande São Paulo. Medina, até agora o nome mais provável, está na origem do islamismo: é a cidade da Arábia Saudita para onde o profeta Maomé migrou para escapar das perseguições que sofria em Meca. A migração marca o início do calendário islâmico.
Eles planejam converter os presos e construir uma comunidade muçulmana na periferia paulista

Diante de expressões de incredulidade, eles dão um sorriso malicioso: “Se, há dez anos, eu dissesse a você que um negro seria o presidente dos Estados Unidos, você acreditaria?”. Ou, como diz Valter Gomes: “Eu vi Martin Luther King morrer. E posso dizer que é uma revolução muito rápida. Um torneiro mecânico é presidente do Brasil, um índio é presidente da Bolívia e um negão com nome muçulmano é presidente do país mais poderoso do mundo. Ou é o fim do mundo ou é o começo de alguma coisa...”.

No islã dos manos, o rap é o instrumento e a linguagem de divulgação da religião. “Muita gente ainda vai vir para o islã pelo rap. Nós ganhamos consciência pelo hip-hop, então não podemos negar nossa história. As pessoas na periferia veem aquela negrada fazendo rima e poesia, percebem sua atitude diferenciada, sua postura na vida, e querem se aproximar. Isso é o começo da reversão”, diz Honerê. “É um passo depois do outro.”

Com uma takiah verde-amarela na cabeça – símbolo de sua condição de muçulmano brasileiro que não aceita mudar de nome –, Valter Gomes entrega tudo nas mãos de Alá. Tem os olhos úmidos quando afirma: “Alá diz no Alcorão que para cada povo há um profeta que fala a sua língua. Então, quem sabe não aparece um negrinho cheio de ginga e de rima na periferia?”.

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE III


QUILOMBO

Em São Paulo, a Mesquita Bilal Al Habashi reúne 150 africanos e brasileiros nas orações da sexta-feira, principal dia islâmico

A revolta dos malês (muçulmanos, na língua iorubá) abalou não apenas o Brasil, mas repercutiu na comunidade internacional. Jornais de Londres, Boston e Nova York publicaram notícias sobre o levante. Aumentou o tom da crítica à escravidão.Setenta rebelados morreram. Mais de 500 foram punidos com prisão, pena de morte e deportação para a África. Segundo o historiador João José Reis, em seu livro Rebelião escrava no Brasil (Companhia das Letras), numa comparação com a população atual de Salvador, isso equivaleria hoje a cerca de 24 mil negros castigados.

A força do levante dos malês inspira os novos muçulmanos do gueto. Muitos sonham com um estado islâmico no Brasil – “ainda que seja um estado dentro do Estado”. “Acredito que daqui a dez, 15 anos, isso será possível. Há uma geração tentando fazer isso de forma organizada. O povo brasileiro é religioso. Quando percebeu erros na Igreja Católica, tornou-se evangélico. O islã hoje ainda é pequeno, mas isso pode mudar”, afirma o ex-católico Paulo Sérgio dos Santos, de 33 anos, assessor parlamentar da Câmara de Vereadores de Francisco Morato. Desde a virada do milênio, ele se tornou Abdullah Malik Shabbazz. “É óbvio que não vamos para um confronto armado. Esse caminho terá de vir pela consciência.”

No processo de construção da identidade, os novos convertidos trocaram perguntas e lacunas por certezas. A história é resgatada naquilo que serve a uma afirmação positiva – e as contradições, quando existem, pertencem ao outro. Esses jovens não querem tataravós como Pai Tomás, o escravo humilde do romance de Harriet Beecher Stowe, um marco na abolição da escravatura nos Estados Unidos. Preferem um antepassado como Ahuna, homem-chave na rebelião dos malês. E, sensíveis aos ecos da América negra, desejam eles mesmos ser não o pacifista Martin Luther King, mas o controvertido, belicoso e muçulmano Malcolm X, cuja trajetória de desamparo, violência, prisão e, finalmente, superação é semelhante à de muitos deles. E cujo X – símbolo da identidade arrancada pela escravidão – foi preenchido com um nome islâmico. Embora afirmem que a conversão seja um resgate da tradição, não deixam de exercer o ideal moderno de criar a própria identidade, até com a liberdade de inventar um novo nome que dê conta apenas de seus desejos – e não mais do de seus pais. Agora, eles são filhos do islã. E não mais – ou não apenas – de pais humilhados.

Antes de adotar um nome muçulmano, Honerê foi um dos fundadores de uma das mais antigas posses de hip-hop em atividade, a Haussa, hoje com 15 anos de existência. As posses são grupos que reúnem pessoas com afinidades culturais e políticas para realizar metas comuns. Na história, os africanos haussás lideraram rebeliões escravas na Bahia no início do século XIX. Muçulmanos, eles vinham do que hoje é o norte da Nigéria e de uma guerra santa que forneceu muitos cativos para o tráfico negreiro. No Brasil, é provável que haussás de ambos os lados do conflito tenham se unido contra os brancos. Dois séculos depois, Haussa é uma frente só de negros, com 40 integrantes, no ABC paulista. O nome foi escolhido “porque os haussás não se deixavam domar, tinham convicções e só eram submissos a Deus”.

Os haussás de hoje estavam entre os grupos que escutaram a preleção de Valter Gomes. Alguns, como Honerê, se converteram ao islã. “Descobrir minha história foi como ter passado a vida olhando para baixo, com a sensação de que todo mundo está te julgando e, de repente, passar a andar olhando as pessoas no olho, sem medo”, diz ele.

Os muçulmanos compartilham a certeza de que, quanto mais difamam o islã, mais ele se fortalece. O anúncio do Vaticano, em 2008, de que o islamismo superou pela primeira vez o catolicismo no mundo em número de adeptos para eles é uma prova de que, ao forjar a ligação da religião, como um todo, ao terrorismo fundamentalista, as conversões se multiplicaram, em vez de encolher. Essa face perseguida, vilipendiada e dura tornou-se um ponto de identificação.

Nas telas de TV, o 11 de setembro tornou o islã popular nas periferias do planeta, que vê nos Estados Unidos o símbolo de todas as opressões. No Brasil, o fenômeno se repetiu. “Para nós, aquilo foi coisa do próprio governo americano, para ter desculpa de invadir países muçulmanos. Mas o 11 de setembro ajudou pra caramba na divulgação”, diz o rapper Leandro Arruda, de 33 anos. “Todo mundo queria saber o que era o islã. Não que o Bin Laden seja um herói , mas a gente que vem do gueto tem certa rebeldia contra o governo opressor.”

Rapper e ex-presidiário, Leandro está entre os que se interessaram pela religião ao ver a realidade imitar o cinema-catástrofe de Hollywood. “Percebi que existe um povo com uma postura diferente na Palestina, no Iraque, no Afeganistão. Comecei a procurar informação, encontrei o Malik e acabei me revertendo”, diz. “Eu e minha esposa queremos estudar para divulgar o islã. Porque ninguém melhor do que a gente, que sobe o morro, tem acesso à periferia e conhece a massa, para falar a eles. Porque, se chegar um cara lá vestido de árabe, os ‘negos’ vão dar risada.” Leandro desenvolve há um ano, numa favela da Zona Leste de São Paulo, o projeto Istambul Futebol e Educação, com 25 garotos em situação de risco. Os recursos vêm de um ativista islâmico da periferia paulista que hoje estuda na Síria.

A atuação social responde ao projeto político, que vê no islã uma reação às estatísticas da violência. “Não temos problemas com outras cores e raças. Não nos organizamos por racismo. Só queremos que os afro-descendentes parem de morrer aos 20 anos. Quem morre jovem no Brasil são os que não conhecem suas origens nem tiveram acesso ao conhecimento. É um genocídio da população periférica que vem desde a senzala”, diz Malik. “Desde que me tornei muçulmano, não bebo, não fumo, meus filhos têm pai e mãe, educação e uma vida regrada. O islã nos dá instrumentos para combater problemas sociais que fazem com que sejamos a maioria e tenhamos menos que todos os outros.”

O ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE II

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009


ATIVISTAS

O grupo de Malik (à esq.) e Sharif sonha com um estado islâmico no Brasil, quer construir uma comunidade muçulmana na periferia e levar a religião aos presos nas cadeias

Para contar essa história é preciso voltar a 1835, em Salvador, na Bahia, onde a revolta dos malês, liderada por negros muçulmanos, foi a rebelião de escravos urbanos mais importante da história do país. Pouco citada nos livros escolares, depois de um largo hiato ela chegou às periferias pela rima do rap. Lá, uniu-se ao legado do ativista americano Malcolm X, assimilado pela versão do filme de Spike Lee, de 1992. E ao 11 de setembro, que irrompeu na TV, mas foi colado às teorias conspiratórias que se alastram na internet.
É esse o islã que chega para os mais novos convertidos. E com maior força em São Paulo, porque a capital paulista foi o berço duro do hip-hop no Brasil – movimento histórico de afirmação de identidade da juventude negra e pobre. A tentacular periferia paulista é, como dizem os poetas marginais, a “senzala moderna”. E cada novo convertido acredita ter dentro de si um pouco de malê. Não é à toa que Mano Brown, o mais importante rapper brasileiro, mesmo não sendo muçulmano, diz no rap “Mente de vilão”: No princípio eram trevas, Malcolm foi Lampião/Lâmpada para os pés/Negros de 2010/Fãs de Mumia Abu-Jamal, Osama, Saddam, Al-Qaeda, Talibã, Iraque, Vietnã/Contra os boys, contra o GOE, contra a Ku-Klux-Klan.
“Fico assustado com a linguagem desses rappers, mas não tem mais jeito. Alastrou. Depois que o fogo pega no mato, vai embora. O islã caiu na boca da periferia. E não sabemos o que vai acontecer. É tudo por conta de Alá”, diz Valter Gomes, de 62 anos. Ele parece mais encantado que temeroso. Nos anos 90, “advogou” diante das organizações do movimento negro do ABC paulista e dos guetos de São Paulo com grande veemência. Defendeu que a salvação para os afro-brasileiros era a religião anunciada por Maomé quase 15 séculos atrás: “Irmãos, vocês estão querendo lutar, mas não têm objetivo. Trago para vocês um objetivo e uma bandeira. O objetivo é o paraíso, a bandeira é o islã”.
Essas palavras encontraram material inflamável no coração de alguns rappers, que há muito procuravam um caminho que unisse Deus e ideologia. Enquanto o islamismo soou como religião étnica, trazida ao Brasil pelos imigrantes árabes a partir da segunda metade do século XIX, não houve identificação. Mas, quando o movimento negro, e depois o rap, difundiu a revolta dos malês como uma inflexão de altivez numa história marcada pela submissão, a religião passou a ser vista como raiz a ser resgatada. Os jovens muçulmanos dizem que não se convertem, mas se “revertem” – ou voltam a ser. Para eles, a palavra tem duplo significado: recuperar uma identidade sequestrada pela escravidão e pertencer a uma tradição da qual é possível ter orgulho.
As igrejas evangélicas neopentecostais, que surgiram e se multiplicaram a partir dos anos 80, com grande penetração nas periferias e cadeias, não tinham apelo para jovens negros em busca de identidade e sem vocação para rebanho. “Na igreja evangélica da minha mãe, me incomodava aquela história de Cristo perdoar tudo. Eu já tinha apanhado de polícia pra cacete. E sempre pensava em polícia, porque o tapa na cara é literal. Então, o dia em que tiver uma necessidade de conflito, vou ter de virar o outro lado da cara?”, diz Ridson Mariano da Paixão, de 25 anos. “Eu não estava nesse espírito passivo. Pelo Malcolm X, descobri que, no islã, temos o direito de nos defender. Deus repudia a violência e não permite o ataque, mas dá direito de defesa. Foi esse ponto fundamental que me pegou também quando eu vi pela TV o 11 de setembro e achei que o mundo ia acabar.”

Eles se inspiram em Malcolm X e acreditam que o 11 de setembro divulgou o islã entre os oprimidos

Ridson tornou-se Dugueto Sharif Al Shabazz em 2005. Seu nome é uma síntese histórica da trajetória do islã na periferia brasileira. Ridson, o nome que deixou, foi escolhido pelo pai, um negro que gostava de piadas racistas. Dugueto é o nome do rap, para marcar a origem do gueto. Sharif é o nome do personagem de um filme de gângsteres. Shabazz foi tirado do nome islâmico de Malcolm X.
Essa geração também não perdoa ao catolicismo sua omissão no período da escravidão africana. “Minha família é católica, mas comecei a investigar a história e descobri que a Igreja deu sustentação à escravidão. Diziam que os negros não tinham alma”, afirma Honerê. “Sem contar que Jesus era branco, os anjos eram brancos. E tudo o que era ruim era negro. Aí eu pensava: ‘Então tudo o que é ruim vem de mim?’. Isso parece pequeno, mas na cabeça de um adolescente maltrata, faz com que a gente se torne ruim, viva uma vida ruim. Então conheci o islã.”
Honerê tornou-se um dos principais divulgadores da religião no ABC paulista. Ele é dirigente do Movimento Negro Unificado (MNU) e funcionário do Centro de Divulgação do Islam para a América Latina (CDIAL). Para ele, como para a maioria dos muçulmanos negros, não faz a menor diferença que raça não exista como conceito biológico. Raça é um conceito cultural, que determinou todas as assimetrias socioeconômicas que determinaram sua vida e hoje representa um elemento fundamental na construção de sua identidade, inclusive a religiosa. Ele narra com clareza como Carlos Soares Correia transformou-se em Honerê Al Amin Oadq, em meados dos anos 90:
– Minha mãe era doméstica em casa de branco, muitas vezes foi chamada de “negra infeliz”. Eu percebia que, no sistema de saúde e a todo lugar que eu ia, só gente da minha cor passava por dificuldades. Eu mesmo já levei coronhada da polícia sem justificativa, já defendi mulher negra no metrô, porque branco bêbado achava que era prostituta. Não tem um negro neste país que não tenha uma história de discriminação para contar. Então fui em busca da minha história. Era o tempo em que o rap era música de preto para preto. E o rap me apresentou Malcolm X. Aos 14, 15 anos, ele se tornou a minha grande referência político-racial. Depois descobri a história dos malês. Eles estavam num nível diferente se comparar com os outros negros da senzala. Não bebiam, não fumavam, sabiam escrever, eram instruídos. Se tivessem conseguido tomar a Bahia naquele 25 de janeiro de 1835, teriam o país em suas mãos, e o Brasil seria um estado islâmico.

ALEGRIA! ALEGRIA!


Antes de postar a segunda parte da matéria "O Islã cresce na periferia do Brasil", não posso deixar passar em branco um fato que se não fosse a astúcia e esperteza de sua troupe, Sua Majestade Lulalaôôôôôô e sua digníssima esposa, teriam levado uma estrondosa vaia no sambódromo do Rio de Janeiro. Esse sim, teria sido o maior espetáculo da terra...

Lula faz manobra para não ser vaiado na Marquês de Sapucaí

Presidência faz manobra para Lula não ser vaiado O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a primeira-dama Marisa Letícia chegaram de forma discreta ao sambódromo o primeiro dia de desfiles das escolas de samba do Rio de Janeiro. Para evitar as vaias, como ocorreu na abertura dos Jogos Panamericanos, em 2007, o nome dele não foi anunciado pelo locutor oficial do desfile.

A assessoria do presidente também teve o cuidado de esperar que a Império Serrano, primeira escola a desfilar, já estivesse na avenida e sob aplausos do público, e providenciou que o carro do presidente estacionasse em uma área longe do público, fechada com grades e tapumes.

Com chapéu panamá e roupa clara, Lula ficou em uma janela do camarote do governador Sérgio Cabral, sempre ao lado de Marisa, que vestia uma blusa azul e branco, nas cores da Beija-flor, escola que tem a simpatia do casal.

Demonstrando animação, Marisa ficou sentada no muro da janela. Ao lado dela estava Adriana Ancelmo, mulher de Sérgio Cabral. Diferentemente do ano passado, o camarote tinha poucos convidados e foi dividido em duas partes. A parte onde estava o presidente tiveram acesso, além do governador e da mulher, o jornalista Sérgio Cabral, pai de Sérgio Cabral, o Zeca do PT e parentes de Lula. Na outra ala, uma espécie de segunda classe, estavam a ex-governadora Benedita da Silva, o governador do Paraná, Roberto Requião, e a empresária Lili Marinho, vice-presidente da BR. José Eduardo Dutra.

Lula e Marisa chegaram às 21h30 ao sambódromo. A previsão é que eles saíssem de lá só depois da quinta escola, a Beija-Flor, que desfilaria de 1h20 às 2h20. Durante o dia, assessores e seguranças do Planalto tiveram uma série de reuniões para discutir não apenas a segurança do Lula. Demonstraram preocupação não só com a segurança, mas também com a imagem. O temor da presidência é de que Lula fosse associado aos dirigentes da beija-flor.

O patrono da escola, Anísio Abrão David, foi preso quatro vezes pela PF. Sendo três no governo Lula. A ultima, no ano passado, por suspeita de comandar uma quadrilha de estelionatários que lavava dinheiro, no Rio Grande do Norte, arrecadado na exploração ilegal de caça-níqueis no rio de Janeiro. Abraão David também foi preso em 2007 duas vezes pela operação Hurricane e em 1993, sob acusação de que integrava o comando do jogo do bicho no Rio de Janeiro.

Fonte: ZEROHORA.COM

Comentário dessa matéria: Mas que raio de popularidade alta é essa que se a claque não for escolhida a dedo, aparece toda a sorte de subterfúgios, malabarismos mils, gerando um aparato cinematográfico para que apenas o nosso folião-mor não corra o risco de ser vaiado. Sabem de uma coisa? A farsa acabou! Só não vê quem não quer ou bebeu mais que o bebum! Presidente eleito pelo povo, pelo voto direto e democrático, gozando segundo todas as pesquisas apontam uma aprovação e popularidade na casa dos 80% e não pode ter contato ou ser visto pelo povo? 

Alô pessoal do Clube dos 16%! Bem feito pra vocês que pensam pequeno! Eu pertenço ao Clube dos 40% genuinamente que não votaram no folião-mor!

ALEGRIA! ALEGRIA! 

ISLÃ CRESCE NA PERIFERIA DO BRASIL PARTE I

domingo, 22 de fevereiro de 2009


Aos leitores que aqui aportam passo a tratar de um assunto, ou melhor, de um fenômeno(que não é o gorduchonaldinho) que silenciosamente ganha adeptos e finca raízes muito sólidas nas cabeças de nossos jovens. Para a leitura não ficar um tanto enfadonha, porém não menos importante, a separei em partes.
Boa leitura a todos!

Jovens negros tornam-se ativistas islâmicos como resposta à desigualdade racial. O que pensam e o que querem os muçulmanos do gueto
Eliane Brum (Revista Época)

O ISLÃ NA LAJE

Carlos Soares Correia virou Honerê Al-Amin Oadq. Ele é um dos principais divulgadores muçulmanos do ABC paulista. Na foto, na periferia de São Bernardo do Campo, onde vive, reza e faz política
Cinco vezes ao dia, os olhos ultrapassam o concreto de ruas irregulares, carentes de esgoto e de cidadania, e buscam Meca, no outro lado do mundo. É longe e, para a maioria dos brasileiros, exótico. Para homens como Honerê, Malik e Sharif, é o mais perto que conseguiram chegar de si mesmos. Eles já foram Carlos, Paulo e Ridson. Converteram-se ao islã e forjaram uma nova identidade. São pobres, são negros e, agora, são muçulmanos. Quando buscam o coração islâmico do mundo com a mente, acreditam que o Alcorão é a resposta para o que definem como um projeto de extermínio da juventude afro-brasileira: nas mãos da polícia, na guerra do tráfico, na falta de acesso à educação e à saúde. Homens como eles têm divulgado o islã nas periferias do país, especialmente em São Paulo, como instrumento de transformação política. E preparam-se para levar a mensagem do profeta Maomé aos presos nas cadeias. Ao cravar a bandeira do islã no alto da laje, vislumbram um estado muçulmano no horizonte do Brasil. E, ao explicar sua escolha, repetem uma frase com o queixo contraído e o orgulho no olhar: “Um muçulmano só baixa a cabeça para Alá – e para mais ninguém”.
Honerê, da periferia de São Bernardo do Campo, converteu Malik, da periferia de Francisco Morato, que converteu Sharif, da periferia de Taboão, que vem convertendo outros tantos. É assim que o islã cresce no anel periférico da Grande São Paulo. Os novos muçulmanos não são numerosos, mas sua presença é forte e cada vez mais constante. Nos eventos culturais ou políticos dos guetos, há sempre algumas takiahs cobrindo a cabeça de filhos do islã cheios de atitude. Há brancos, mas a maioria é negra. “O islã não cresce de baciada, mas com qualidade e com pessoas que sabem o que estão fazendo”, diz o rapper Honerê Al-Amin Oadq, na carteira de identidade Carlos Soares Correia, de 31 anos. “Em cada quebrada, alguém me aborda: ‘Já ouvi falar de você e quero conhecer o islã’. É nossa postura que divulga a religião. O islã cresce pela consciência e pelo exemplo.”
Em São Paulo, estima-se em centenas o número de brasileiros convertidos nas periferias nos últimos anos. No país, chegariam aos milhares. O número total de muçulmanos no Brasil é confuso. Pelo censo de 2000, haveria pouco mais de 27 mil adeptos. Pelas entidades islâmicas, o número varia entre 700 mil e 3 milhões. A diferença é um abismo que torna a presença do islã no Brasil uma incógnita. A verdade é que, até esta década, não havia interesse em estender uma lupa sobre uma religião que despertava mais atenção em novelas como O clone que no noticiário.
O muçulmano Feres Fares, divulgador fervoroso do islamismo, tem viajado pelo Brasil para fazer um levantamento das mesquitas e mussalas (espécie de capela). Ele apresenta dados impressionantes. Nos últimos oito anos, o número de locais de oração teria quase quadruplicado no país: de 32, em 2000, para 127, em 2008. Surgiram mesquitas até mesmo em Estados do Norte, como Amapá, Amazonas e Roraima.
Autor do livro Os muçulmanos no Brasil, o xeque iraquiano Ishan Mohammad Ali Kalandar afirma que, depois do 11 de setembro, aumentou muito o número de conversões. “Os brasileiros tomaram conhecimento da religião”, diz. “E o islã sempre foi acolhido primeiro pelos mais pobres.”
Na interpretação de Ali Hussein El Zoghbi, diretor da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil e conselheiro da União Nacional das Entidades Islâmicas, três fatores são fundamentais para entender o fenômeno: o cruzamento de ícones do islamismo com personalidades importantes da história do movimento negro, o acesso a informações instantâneas garantido pela internet e a melhoria na estrutura das entidades brasileiras. “Os filhos dos árabes que chegaram ao Brasil no pós-guerra reuniram mais condições e conhecimento. Isso permitiu nos últimos anos o aumento do proselitismo e uma aproximação maior com a cultura brasileira”, afirma.
Eles trazem ao islã a atitude hip-hop e a formação política do movimento negro.
A presença do islã na mídia desde a derrubada das torres gêmeas, reforçada pela invasão americana do Afeganistão e do Iraque, teria causado um duplo efeito. Por um lado, fortalecer a identidade muçulmana de descendentes de árabes afastados da religião, ao se sentir perseguidos e difamados. Por outro, atrair brasileiros sem ligações com o islamismo, mas com forte sentimento de marginalidade. Esse último fenômeno despertou a atenção da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que citou no Relatório de Liberdade Religiosa de 2008: “As conversões ao islamismo aumentaram recentemente entre os cidadãos não-árabes”.
Os jovens convertidos trazem ao islã a atitude do hip-hop e uma formação política forjada no movimento negro. Ao prostrar-se diante de Alá, acreditam voltar para casa depois de um longo exílio, pois as raízes do islã negro estão fincadas no Brasil escravocrata. E para aflorar no Brasil contemporâneo, percorreram um caminho intrincado. O novo islã negro foi influenciado pela luta dos direitos civis dos afro-americanos, nos anos 60 e, curiosamente, por Hollywood. Cruzou então com o hip-hop do metrô São Bento, em São Paulo, nos anos 80 e 90. E ganhou impulso no 11 de setembro de 2001.


A GUERRILHA CULTURAL

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009


O POLITICAMENTE CORRETO: A GUERRILHA CULTURAL COMUNISTA

por Márcio Luís Chila Freyesleben*

Há algum tempo, o Governo Federal tentou implantar a cartilha do politicamente correto. Ser politicamente correto significaria empregar linguagem livre de discriminação, de modo a evitar ofensa a pessoas ou grupos, por conta de raça, credo, sexualidade, etc. Pela regra do politicamente correto, não se diz "negro", mas sim "afrodescendente"; não se diz Direitos Naturais do "Homem", mas sim Direitos "Humanos". São recriminadas palavras do tipo "judiar" (derivada de judeu), "denegrir" (derivada de negro) e, segundo a cartilha lulista, o vocábulo "comunista" deveria ser evitado (Niermayer quis esgoelar o Lula) . A cartilha, é claro, não emplacou, e foi recolhida ao almoxarifado. Mas a moda do politicamente correto continua a fazer estragos pela Nação afora.
Poucos sabem que a ideia do politicamente correto teve origem em Karl Marx. O Manifesto Comunista, escrito por Marx no séc. XIX, possuía duas linhas: o marxismo econômico, que pregava que a história é determinada pelos grupos detentores dos meios de produção; e o marxismo cultural, que pregava a ideia de que a história é determinada pelos grupos detentores do poder (o marxismo cultural é a semente do politicamente correto).
O marxismo cultural, assim como marxismo econômico, pregavam que a história da sociedade é marcada pela luta de classes. A sociedade seria composta por dois grupos antagônicos: os burgueses e os proletários. Os burgueses disporiam dos meios de produção (fabricas, máquinas, recursos econômicos), com os quais oprimiriam a classe proletária. A sociedade, portanto, seria composta de opressores e de oprimidos; estes seriam vítimas daqueles. Sendo assim, os marxistas chegaram à conclusão maniqueísta de que os trabalhadores são sempre bons e de que a burguesia é invariavelmente má. Haveria, na sociedade, grupos bons e grupos maus. Os opressores seriam sempre maus e os oprimidos, sempre bons, independentemente do que fizessem. Durante a Contrarrevolução de 64, por exemplo, os militares impediram que terroristas subversivos implantassem no Brasil o comunismo. Hoje, no entanto, os militares são maus e os terroristas são bons.
O marxismo econômico pregava a tomada do poder pela força, enquanto o marxismo cultural, a partir de estudos e teorias desenvolvidas ao longo da primeira metade do século passado, pregava o desconstrucionismo, que consistiria na desconstrução dos textos históricos, filisóficos e literários, com a finalidade de desestruturar (distorcer) as idéias e valores até então estabelecidos. Por exemplo, a análise desconstrucionista da Contrarrevolução de 64 permitiu à esquerda brasileira afirmar que os militares perseguiram pessoas que lutavam pela democracia e pela liberdade, assim subvertendo a verdade, pois qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual sabe que aqueles indivíduos eram terrorista que lutavam pelo comunismo, regime que despreza a democracia e a liberdade. Fazem isso porque, para o marxismo cultural, a história resume-se à análise das lutas de classes: luta dos bons contra os maus. Para eles, a Contrarrevolução foi um Golpe Militar.
O marxismo cultural culminou impondo o "relativismo moral" como filosofia, subvertendo os valores da sociedade tradicional. É a doutrina do politicamente correto que transforma um assassino com Che Guevara em herói; é ela que faz com que Fidel Castro, um assassino psicopata, seja venerado por políticos, intelectuais e artistas famosos. A relativização moral invade a televisão (as novelas principalmente), a imprensa, a escola, a arte, e os homens de bem perdem a capacidade de dizer a verdade. O politicamente correto é a ferramenta com a qual se pretende destruir as bases da civilização ocidental: a fé cristã, o direito romano e a filosofia grega; bases sem as quais o homem não se reconhece. Quando isso acontece, a mentira triunfa.
Em 1917, com a revolução Russa, os marxistas da linha econômica chegaram ao poder, fato que gerou grandes expectativas ao marxistas europeus e findou por relegar a segundo plano o marxismo cultural. Com o passar do tempo, verificou-se que o marxismo não conseguia implantar-se na Europa. Ideólogos como Gramsci concluíram que os trabalhadores europeus não aderiam à luta de classes porque eram muito apegados aos valores culturais, à religião cristã principalmente. Foi, então, que o marxismo cultural ressurgiu. Com o marxismo cultural seria possível destruir os valores europeus, que era a causa do fracasso marxista no Velho Continente.
A Escola de Frankfurt encampou a teoria do marxismo cultural e criou a Teoria Crítica para difundir o comunismo na Europa. Muitos consideram a Escola de Frankfurt o berço do politicamente correto.
O marxismo dos frankfurtianos era desalinhado com o marxismo-leninista (marxismo de Moscou). Os frankfurtianos desprezavam os achados econômicos de Marx e os estratagemas da burocracia bolchevista; eles preferiam investir tempo e dinheiro na "teoria da alienação" (a sociedade capitalista transforma o homem em mercadoria, em "coisa", perdendo a consciência de si); Teodor Adorno (1903-1969) dizia que Hollywood era a própria fonte da alienação [mais tarde, Hollywood transformar-se-ia em base dos marxistas culturais: vide o código venona]. Com a Escola de Frankfurt, o marxismo cultural passa para o primeiro plano. A Escola une o marxismo cultural às ideias da psicanalise de Freud [a repressão do indivíduo (Freud) decorria da opressão capitalista (Marx)], e elege a cultura como instrumento de luta pelo poder. Nasce a guerrilha cultural, em substituição à luta armada dos leninistas. Surge a Teoria Crítica e consolida-se a doutrina do politicamente correto.
Para levar a cabo sua empreitada, a Teoria Crítica critica tudo. Pode-se dizer, resumidamente, que ela critica os valores da sociedade capitalista: a família, a religião, a moral, a propriedade, etc. Não são críticas construtivas, pois, como eu disse, eles desejavam desconstruir, isto é, subverter os valores que impedem a implantação do marxismo. Seu modo de operar é engenhoso. Entidades civis (associações, fundações, ongs em geral), normalmente financiadas com o dinheiro público ou beneficiadas com imunidades e isenções fiscais, assumem a defesa de grupos oprimidos (os invariavelmente bons de que falei acima). Gays, feministas, quilombolas, sem-terra, sem-teto, sem-trabalho, sem-terra-indígena-demarcada, sem-juízo (magistrados do Fórum Mundial de Juízes) e demais espécimes sem-par do gênero sem-vergonha, constituem o público dileto dos adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, os politicamente corretos.
Nos anos trinta do século passado, o frankfurtiano Herbert Marcuse (foi ele que cunhou a expressão "faça amor não faça a guerra") criou a noção de "tolerância repressiva": tudo que viesse da direta deveria ser reprimido; tudo que viesse da esquerda deveria ser apoiado pelo Estado. Marcuse é considerado o pai do politicamente correto moderno, que passou a ser o instrumento da guerrilha cultural, com a qual se pretende implantar o marxismo, a sociedade totalitária.
Quando se trata do politicamente correto, cessa tudo que a antiga musa canta. A história é reescrita de acordo com os valores da esquerda. Não só isso. Qualquer expressão que possa ser ofensiva aos grupos oprimidos, deve ser substituída por outras politicamente corretas. No passado, a Escola de Frankfurt, sob a égide do politicamente correto, forneceu as bases ideológicas do fenômeno "hippie"; na atualidade, fomenta a ação dos eco-terroristas, dos movimentos gays, da união homossexual, da liberação das drogas, da descriminalização do aborto, e de uma infinidade de valores minoritários, com a exclusiva finalidade de destruir os valores da civilização capitalista, em particular Deus, Pátria e Família.
Nos anos 60 e 70, a influência dos frankfurtianos perdeu força com o advento da revolução cubana, dos movimentos de libertação na África e a revolta estudantil francesa de 1968. No Brasil, as Forças Armadas impediram os comunistas de tomar o poder, em 1964. Tais fatos reacenderam nas esquerdas do mundo todo o sonho da luta armada. Retorna ao primeiro plano o marxismo econômico. No Brasil, os comunistas deram início ao confronto armado. Com a estrondosa derrota dos comunistas no Brasil e com a queda do Muro de Berlim, o marxismo cultural retorna ao primeiro plano, agora, porém, com uma vantagem: a queda do Muro de Berlim criou em todos a falsa impressão de que, com o muro, caíra por terra o próprio comunismo. Nesse sentido, a queda do Muro de Berlim funcionou como um verdadeiro Cavalo de Tróia: enquanto a direita dorme de espírito desarmado, a esquerda, travestida de socialista do século XXI, campeia livre, implantando a guerrilha cultural.
Em suma: os comunistas mudaram de "front". A guerrilha cultural está em franca atividade, e ninguém percebe.
Aliás! você já teve a curiosidade de consultar os livros didáticos de seu filho? Você já leu o livro de História que a escola dele indicou? Hummm!!!!!!!!!!

* Procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais

Fonte desse artigo: site do Diego Casagrande

GOVERNO DO PT-PAC LIGA O NADA A LUGAR NENHUM

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009


Governo cosmético e oposição conivente

Por José Nêumanne (*)


Não é de hoje que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abusa da licença especial que o País e o mundo lhe dão para cometer gafes e as transforma em frases e episódios pitorescos que aumentam seu prestígio com eleitores, ricos ou pobres, que não dão a mínima para isso. A lembrança da mãe nordestina nascida analfabeta, coitada, e o deslumbramento com a cidade que não parecia africana se tornaram registros folclóricos a provocar risos de folgazã simpatia. Mas desde que uma pesquisa lhe deu 84% de popularidade (e 75% de aprovação a seu governo, que se fez alguma obra importante para consertar a indigente infraestrutura nacional ou algo de notável no combate à violência, ao tráfico de drogas e à corrupção, grandes problemas que parecem se eternizar, ninguém sabe, ninguém viu), o homem tem extrapolado.
A desfaçatez com que Sua Excelência se desloca pelo País de palanque em palanque carregando a própria candidata na disputa presidencial de 2010 é cínica e notória. O périplo de Dilma Rousseff mataria de inveja os demagogos de antanho, useiros e vezeiros inauguradores de pedras fundamentais de obras inacabadas. Dia destes, ela foi a São Leopoldo (RS) inaugurar o início da obra de uma estrada para Novo Hamburgo. E dali foi a Novo Hamburgo, onde subiu num palanque para comemorar a perspectiva de obra da mesma estrada para São Leopoldo.
Antes disso, a candidatíssima compartilhou com o chefe e patrono os lados extremos de um cartaz com um espaço no meio, usado por um fotógrafo de Goiânia para produzir fotomontagens, nunca antes tão disputadas, com prefeitos do Brasil inteiro. A fila se comparava às dos postos de INSS e hospitais públicos e o preço era módico para o resultado final: R$ 30, 8 mil vezes menos que o que se calcula que tenha sido gasto dos cofres da viúva no grande convescote municipal da semana passada na capital federal: R$ 240 mil.
Na tal fila se viveu o episódio mais esclarecedor sobre a relação entre representantes e representados numa democraççia como a noçça, em que a participação popular se resume à ida às urnas para escolher qual entre os nomes do cardápio preparado pelos caciques partidários é capaz de seduzi-lo e abandoná-lo. O prefeito petista de Timbira, do Maranhão dos Sarneys, Raimundo Nonato Ponte, informou que mandará escanear a foto em que fingia estar com o presidente e a candidata do PT para provar a maledicência de seus adversários que o acusam de não ter o prestígio de que se gaba com noçço guia máççimo.
A cena é um símbolo exato do jogo de "me engana que eu gosto" eleitoral, reproduzido depois pelo presidente, ao mostrar sagrada (e talvez sincera) indignação contra a pequenez da imprensa que confundiu aquele "profícuo" encontro dos prefeitos com o chefe da Nação com um mesquinho comício. Talvez Lula pense de fato que serve à Nação dizendo às mulheres dos prefeitos, que os acompanhavam, que está na hora de o Brasil ser governado por uma delas e que seria melhor que ninguém entendesse isso como propaganda direta de uma candidata que ainda não pode sê-lo. Mas imaginar que o respaldo popular baste para fazer de pedra pão é uma sensação de megalômana inimputabilidade, concedida pela Constituição a menores e índios, mas não aos homens públicos. Ainda não!
No referido convescote municipalesco, o presidente mostrou-se íntimo de valores no mesmo grau da própria familiaridade com a gramática. "Nós cortaremos o batom de dona Dilma, o meu corte de unhas, mas não cortaremos nenhuma obra do PAC", afirmou, sem saber que estava reduzindo sua única plataforma administrativa ao que ela é mesmo: uma intervenção cosmética.
Nesse pronunciamento, que se tornou histórico por "nunca antes" um presidente ter insultado tanto a inteligência da plateia, ele ainda cometeu o desplante de se dirigir a um adversário, o prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (DEM), para manipular dados estatísticos de maneira inesperada até para sua lavra. Ao dizer que 10% da população do Estado mais rico da Federação, São Paulo, governado pelo principal candidato da oposição à disputa de 2010 para a Presidência, José Serra (do PSDB), é analfabeta, quando, na verdade, moram em São Paulo 4,6% dos analfabetos do País, índice inferior à média nacional, Lula deixou no ar uma dúvida: se não sabe sabe distinguir 4,6 de 10 ou se falsificou o dado para obter proveito político próprio.
Qualquer resposta a esta questão tropeça numa conclusão pior: a da própria inutilidade. Tenha dificuldade para compreender um dado comezinho da realidade ou facilidade para falsificar estatísticas, o presidente de noçça República se beneficiaria da banalização da amoralidade, comprovada pelo fato de ninguém se ter espantado com o senador Jarbas Vasconcelos (PE) ter dito à Veja que a maioria de seus colegas do PMDB se especializou em "manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral".
E mais até que da ignorância do lúmpen das favelas ou dos condomínios de luxo, tira ele vantagem da concupiscência da classe política, incapaz de um vagido de civismo. Faltam à oposição autoridade moral capacidade gerencial e desapego pessoal até para expor os disparates que o presidente tem disseminado desde que os 84% de uma pesquisa de credibilidade duvidosa retiraram dele qualquer noção de risco. Com o DEM perdido nos desvãos do castelo de um corregedor incorrigível e a coragem cívica dos tucanos reduzida aos rodeios retóricos do ex-presidente Fernando Henrique, enquanto os pretendentes ao trono, José Serra e Aécio Neves, fazem de tudo para não perturbar El Rei, este nada de braçadas ao iniciar uma campanha que a lei proíbe, mas a Justiça, só preocupada em aumentar os vencimentos de seus membros, tolera. E a oposição se limita a invejar.

(*) José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde
Fonte: http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20090218/not_imp325989,0.php

Comentário meu: A frase não é minha, mas o que nos falta é: honra atitude e vergonha na cara!

* Esse artigo eu li e extraí do site http://brasilacimadetudo.lpchat.com

O MARXISMO PREVIDENCIÁRIO BRASILEIRO


Número dos que ganham o mínimo cresce todo ano

Por Pedro Coutto - Tribuna da Imprensa Online


A política adotada pelo governo Lula de aumentar salário mínimo em percentual maior que os demais, a começar pelos aposentados e pensionistas do INSS, aparentemente simpática na forma, sob o ângulo do marketing, é na verdade negativa no conteúdo. Vem se repetindo de ano para ano. Agora, em 2009, por exemplo, o piso pago pela Previdência Social subiu 12% enquanto os demais vencimentos foram reajustados na base de 5,9 por cento. O que significa isso? Que a faixa percentual dos que percebem o mínimo, agora tornou-se maior do que a existente no exercício passado. Isso de um lado.
De outro, mantido o mesmo ritmo, dentro de 16 anos, todos os pensionistas e aposentados, sem exceção, estarão ganhando o mínimo. É só fazer a projeção. O que é profundamente injusto, pois as contribuições dos que recebem mais do que o piso não foram, através do tempo, iguais àquelas na base da pirâmide. Ao longo de 16 anos, a prevalecer tal política e os percentuais de hoje, o executivo terá implantado o marxismo às avessas no sistema previdenciário brasileiro. Mas a questão não é só esta. Está também na contradição que cria.
Tal contradição desestimula aqueles que possuem melhor formação e maior responsabilidade na execução das tarefas que lhes são atribuídas. Inclusive, a própria Constituição Federal, no artigo 7, afirma que o salário deve ser compatível com a melhor formação profissional e, portanto, com a complexidade do trabalho exercido. Esta regra não vale para o INSS como se vê.
Ao longo dos últimos três anos, para não recuar mais no tempo, verificamos que o salário mínimo subiu, respectivamente, 16, 8 e agora 12 por cento. As demais aposentadorias e pensões foram corrigidas entre 5 e 6 por cento ao ano durante o triênio. A distorção é bastante forte. Com ela, amplia-se, como disse há pouco, a faixa dos inativos do INSS que recebem o mínimo. Mas não só na espera do INSS. O que já seria muito. Porém em todo o País.
De acordo com o IBGE, anuário estatístico de 2007, aproximadamente 27% da mão-de-obra ativa estava abrangida pelo degrau mais baixo. Hoje, o salário mínimo deve ser a remuneração, acredito, de pelo menos 30% da força de trabalho.
Não pode haver dúvida quanto a esse processo de absorção. A correção anual dos salários das empresas privadas e das estatais, em 2008, ficou em torno de 7,5%. Quanto será agora em 2009? Não vai atingir 12%. E como serão atualizados os vencimentos dos funcionários públicos federais, estaduais e municipais? São, em seu conjunto, 6,7 milhões de pessoas.
Não têm a seu favor sequer uma data base definida. Perdem para a inflação oficial do IBGE de ano para ano. E se perdem para a taxa do IBGE são derrotados em escala bem maior pelo índice da Fundação Getúlio Vargas.
O IGPM, por exemplo, que corrige as tarifas de serviços públicos, as passagens de ônibus, alugueis, remédios e prestações da casa própria, situa-se em escala bem acima da escala do IPCA. Que fazer? Apenas assistir à ampliação do impasse social e à maior velocidade da favelização urbana, da qual a cidade do Rio de Janeiro representa exemplo marcante. Falta no País uma política social e trabalhista. Uma lacuna enorme. O resultado é desastroso.

Fonte desse artigo: http://www.averdadesufocada.com


Comentário meu: Pois é. Desastroso e trágico. Mas quem ousa manifestar-se nas ruas das grandes cidades contra suamajestademetalúrgica comonuncaantezneçepaiz? A indiferença bovina de nosso povo chega a assustar!

A DIFERENÇA QUE FAZ A DIFERENÇA

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009


Bom, esse é um trabalho de formiguinha. Não tenho dúvidas que somos em menor número. E há várias razões para isso, mas quem explica melhor e didaticamente é o Prof. Olavo de Carvalho. O blogueiro aqui posta e ostenta com muita honra, orgulho e felicidade, o selo que vai acima e fazer parte de uma campanha em prol do resgate da verdadeira democracia representativa em nosso solo.

Mas chega de rasgação de seda porque o mal não descansa nunca. O trabalho é de formiguinha, mas a tarefa e a responsabilidade é de gigantes!

Muito obrigado!

A TÁTICA DAS TESOURAS

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

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O vídeo acima data de 07/08/2007 em que o Prof. Olavo de Carvalho saúda a criação do movimento Farol da Democracia, cujo site retiro muitas informações a respeito da estratégia do movimento revolucionário esquerdista, seja no âmbito nacional, tanto quanto no internacional. A clareza com que o Prof. Olavo de Carvalho didaticamente expõe a natureza e intenções da manutenção de poder e sua eternização, a ponto de que hoje em dia no Brasil, não há um único partido de direita conservador liberal em nosso meio. Isso é um fenômeno que só observamos em países onde a esquerda não admite a alternância no poder como Cuba, Coréia do Norte, China e as recentes tentativas aqui na América Latina a exemplo do que acontece na Venezuela, Bolívia, Paraguai e muito discretamente aqui no nosso Brasil. Para quem não conhece ou nunca ouviu falar do que é FORO DE SÃO PAULO, o que é, quem o criou e quais são as suas finalidades, não deixe de ouvir e assistir.


NB: Esse vídeo foi extraído do Blog A Língua.

A MORAL DELES




Esse vídeo eu extraí do blog O Mascate, mais uma vez evidenciando qual é a moral que essa gente professa. É muito difícil de acreditar que grande parte dos brasileiros de bem não percebam isso. A inconveniência desta conivência, ja chega as raias de criminosa. Está mais do que na hora de rever-se conceitos, fazer uma profunda reflexão e perguntarmo-nos o que queremos de verdade para nossos filhos e netos, como, quando, onde e por que? Qual o nosso papel como cidadãos honrados e o que estou fazendo para que isso mude definitivamente.

NARCOLEPSIA MENTAL

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009


OBAMA NAS ALTURAS!

Rodrigo Simonsen*


É tempo de festejar a chegada do messias. Com as mãos para o alto, os fervorosos fiéis clamam pela sabedoria do guru que, a plenos pulmões, derrama sobre suas cabeças o mantra pelo qual ficou conhecido: "Eu apenas peço que acreditem." A multidão ovaciona sua divindade pagã, comemora exultante, entra em catarse. Lágrimas de redenção escorrem pelas faces maravilhadas. Gritos de aleluia ressoam pelos quatro cantos. Falta somente a faixa com a inscrição: Santo Subito!
Enfeitiçado pela oratória celestial, o povo eleito tratou logo de estabelecer o marco histórico, antes mesmo da própria consumação pelo voto. O mundo não é mais o mesmo, certo? Esqueçamos a época de guerra, fome, crise e desunião. Isso tudo é passado. Nesta nova era, a História só pode ser dividida entre antes de Obama (a.O.) e depois de Obama (d.O.).
De uma hora pra outra, o planeta foi transformado numa imensa Jerusalém e eu sou um soldado romano tentando açoitar o salvador da humanidade.
Deuses fajutos sempre existiram. Aos montes. O que mais me intriga é o fato de que pessoas que costumam andar sobre as duas pernas, utilizar com certa regularidade seu polegar opositor e até comer direitinho de garfo e faca puderam cair como mansos cordeiros neste conto da carochinha de proporções apocalípticas. Se houve um acontecimento verdadeiramente marcante, caros leitores, foi este. Sinal da vulgaridade contemporânea, acompanhado da promessa de mudança que soa como o "amanhecer mais noite que a noite" de Drummond.
Repare como a quase totalidade dos cérebros que deveriam estar em funcionamento foi subitamente acometida por uma violenta narcolepsia mental, esquecendo-se das tarefas de investigação mais elementares e acatando irrefletidamente qualquer bobajada desferida pelo candidato mais nebuloso que já disputou uma eleição para a presidência norte-americana, sem ao menos pedir suas credenciais. É, para dizer pouco, esquisitíssimo. Mas uma figura como Obama traz ao menos um ponto positivo: afasta para longe qualquer manifestação de preguiça intelectual que os espíritos atentos possam ter para com a política atual e faz com que estes ponham a mão na massa.
Você, meu eventual leitor, foi lesado. Saiba disso. Comprometidos com os ideais liberais até o pescoço, jornalistas e intelectuais, que tinham a obrigação moral de escarafunchar cada ponto da trajetória do aspirante a ser supremo, eximiram-se de suas tarefas e furtaram do grande público uma série de informações absolutamente imprescindíveis (e eu repito: imprescindíveis) para a compreensão correta do presente estado de coisas. A rigor, não temos nenhuma garantia de que um candidato é o que diz ser. Sem uma análise profunda de sua imagem publicitária, de seu programa de governo em relação à situação objetiva, das correntes de pensamento que se refletem neste plano, e dos grupos políticos, econômicos e culturais que o apóiam, não há a mínima possibilidade de estabelecer qualquer grau de confiabilidade entre o candidato e seu eleitorado.
Obama mente tanto, mas tanto, que fico como um mosquito numa praia de nudismo: não sei por onde começar. Me diga uma coisa: você sabia que ele atuou vivamente na campanha do ditador queniano Raila Odinga, o mesmo que exterminou centenas de cristãos, queimando-os vivos? Você tem conhecimento de que o sujeito que pagou os estudos de Obama em Harvard atende pelo nome de Donald Warden, é mentor do grupo terrorista Panteras Negras e autor de um livro que diz que o governo americano planeja assassinar todos os negros? Sabia que Barack foi membro de um partido socialista? E de suas relações com o agitador islâmico Louis Farrakhan, inimigo confesso dos EUA, você já ouviu falar? E das com o notório terrorista William Ayers, verdadeiro autor do seu livro de memórias? Quem aqui já ouviu falar sobre seu consumo de maconha e cocaína? Você sabe se ele é mesmo muçulmano, como seus parentes dizem que é? E sua conexão com o pastor racista Jeremiah Wright e com as idéias da teologia da libertação negra? Por que ele sonega seu histórico escolar, sua tese de doutoramento, os nomes dos seus contribuintes de campanha e sua certidão de nascimento? Afinal, ele nasceu no Havaí ou no Quênia?
Todos os que fizeram estes questionamentos foram prontamente acusados de racismo, por mais que documentos e provas inequívocas saltitassem como sapinhos num pântano imundo. Quem tentou apontar a chantagem racial aí presente, foi tachado de racista duplamente. Temos que acreditar no messias mitômano, como ele pediu que acreditássemos. Não dá pra confiar numa figura dessas nem para gerenciar uma partida de Banco Imobiliário, quanto mais para deter todos os segredos de Estado conferidos ao presidente da mais poderosa nação do mundo.
Como diria G.K. Chesterton, quando você pára de acreditar em Deus, passa a acreditar em qualquer bobagem. E, agora, a bobagem já foi consumada. Adorar falsos ídolos dá nisso. Idolatria pura e simples. Tem como alguém trazer minha chibata?

* Publicitário graduado em Comunicação Social na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e mestrando em Ciências da Religião na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Fonte desse artigo: http://www.faroldademocracia.org

Comentário meu: Por motivos de censura, tanto do Blogger (leia-se Google), quanto do "ungido" e de seus discípulos, simplesmente não pude colar uma foto de Obama aqui. 

A ERA DA IMBECILIDADE E DA MORDAÇA

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009


O que é o politicamente correcto?

Escrito por O. Braga

Muitos de nós fazemos uma ideia do que é o politicamente correcto (PC), pela repetição de informações transmitidas pelos mídia.
O PC não teve origem recente; remonta a sua utilização como instrumento ideológico, ao tempo da I Guerra Mundial. Quando Karl Marx escreveu o “Manifesto Comunista” (séc. 19), ficou bem claro que [a] ideologia que nascia assentava em duas vertentes básicas: O Marxismo Económico, que defende a ideia de que a História é determinada pela propriedade dos meios de produção, e o Marxismo Cultural, que defende a ideia de que a História é determinada pelo Poder através do qual, grupos sociais (para além das classes sociais) definidos pela raça, sexo, etc., assumem o poder sobre outros grupos. Até à I Guerra Mundial, o Marxismo Cultural não mereceu muita atenção, que se concentrou praticamente toda no Marxismo Económico, que deu origem à revolução bolchevista (URSS).
O Marxismo Cultural é uma sub-ideologia do Marxismo (a “outra face da moeda” é o marxismo económico), e como todas as ideologias, tende inexoravelmente para a implantação de uma ditadura, isto é, para o totalitarismo.
À semelhança do Marxismo Económico, o Marxismo Cultural (ou Politicamente Correcto) considera que os trabalhadores e os camponeses são, à partida, “bons”, e que a burguesia e os capitalistas são, a priori, “maus”. Dentro das classes sociais assim definidas, os marxistas culturais entendem que existem grupos sociais “bons” (como as mulheres feministas — porque as mulheres não-feministas são “más” ou “ignorantes”), os negros e os homossexuais – para além dos muçulmanos, dos animistas, dos índios, dos primatas superiores, etc.
Estes “grupos sociais” (que incluem os primatas superiores — chimpanzés, gorilas, etc.) são classificados pelos marxistas culturais como sendo “vítimas” e por isso, são considerados como “bons”, independentemente do que os seus membros façam ou deixem de fazer. Um crime de sangue perpetrado por um homossexual é visto como “uma atitude de revolta contra a sociedade opressora”; o mesmo crime perpetrado por um heterossexual de raça branca é classificado como um “acto hediondo de um opressor”. Segundo o Marxismo Cultural, o “macho branco” é o equivalente ideológico da “burguesia” no Marxismo Económico.
Enquanto que o Marxismo Económico baseia a sua acção no acto de expropriação (retirada de direitos à propriedade), o Marxismo Cultural (ou PC) expropria direitos de cidadania, isto é, retira direitos básicos a uns cidadãos para, alegadamente, dar direitos acrescidos e extraordinários a outros cidadãos, baseados na cor da pele, sexo ou aquilo a que chamam de “orientação sexual”. Nesta linha está a concessão de quotas de admissão, seja para o parlamento, seja no acesso a universidades ou outro tipo de instituições, independentemente de critérios de competência e de capacidade.
Enquanto que o método de análise utilizado pelo Marxismo Económico é baseado no Das Kapital de Marx (economia colectivista marxista), o Marxismo Cultural utiliza o desconstrucionismo filosófico e epistemológico explanado por ideólogos marxistas como Jacques Derrida, que seguiu Martin Heidegger, que bebeu muita coisa em Friederich Nietzsche.
O Desconstrucionismo, em termos que toda a gente entenda, é um método através do qual se retira o significado de um texto para se colocar a seguir o sentido que se pretende para esse texto. Este método é aplicado não só em textos, mas também na retórica política e ideológica em geral. A desconstrução de um texto (ou de uma realidade histórica) permite que se elimine o seu significado, substituindo-o por aquilo que se pretende. Por exemplo, a análise desconstrucionista da Bíblia pode levar um marxista cultural a inferir que se trata de um livro dedicado à superioridade de uma raça e de um sexo sobre o outro sexo; ou a análise desconstrucionista das obras de Shakespeare, por parte de um marxista cultural, pode concluir que se tratam de obras misóginas que defendem a supressão da mulher; ou a análise politicamente correcta dos Lusíadas de Luís Vaz de Camões, levaria à conclusão de que se trata de uma obra colonialista, supremacista, machista e imperialista. Para o marxista cultural, a análise histórica resume-se tão só à análise da relação de poder entre grupos sociais.
O Desconstrucionismo é a chave do politicamente correcto (ou marxismo cultural), porque é através dele que surge o relativismo moral como teoria filosófica, que defende a supressão da hierarquia de valores, constituindo-se assim, a antítese da Ética civilizacional europeia.
Com a revolução marxista russa, as expectativas dos marxistas europeus atingiram um ponto alto. Esperava-se o mesmo tipo de revolução nos restantes países da Europa. À medida que o tempo passava, os teóricos marxistas verificaram que a expansão marxista não estava a ocorrer. Foi então que dois ideólogos marxistas se dedicaram ao estudo do fenómeno da falha da expansão do comunismo marxista: António Gramsci (Itália) e George Lukacs (Hungria).
Gramsci concluiu que os trabalhadores europeus nunca seriam servidos nos seus interesses de classe se não se libertassem da cultura europeia – e particularmente da religião cristã. Para Gramsci, a razão do falhanço da expansão comunista marxista estava na cultura e na religião. O mesmo conclui Lukacs.
Em 1923, por iniciativa de um filho de um homem de negócios riquíssimo de nacionalidade alemã (Félix Veil), que disponibilizou rios de dinheiro para o efeito, criou-se um grupo permanente (“think tank”) de estudos marxistas na Universidade de Frankfurt. Foi aqui que se oficializou o nascimento do Politicamente Correcto (Marxismo Cultural), conhecido como “Instituto de Pesquisas Sociais” ou simplesmente, Escola de Frankfurt – um núcleo de marxistas renegados e desalinhados com o marxismo-leninismo.
Em 1930, passou a dirigir a Escola de Frankfurt um tal Max Horkheimer, outro marxista ideologicamente desalinhado com Moscovo e com o partido comunista alemão. Horkheimer teve a ideia de se aproveitar das ideias de Freud, introduzindo-as na agenda ideológica da Escola de Frankfurt; Horkheimer coloca assim a tradicional estrutura socio-económica marxista em segundo plano, e elege a estrutura cultural como instrumento privilegiado de luta política. E foi aqui que se consolidou o Politicamente Correcto, tal como o conhecemos hoje, com pequenas variações de adaptação aos tempos que se seguiram. Surgiu a Teoria Crítica.
O que é a Teoria Crítica? As associações financiadas pelo nosso Estado e com o nosso dinheiro, em apoio ao activismo gay, em apoio a organizações feministas camufladas de “protecção à mulher”, e por aí fora – tudo isso faz parte da Teoria Crítica do marxismo cultural, surgida da Escola de Frankfurt do tempo de Max Horkheimer. A Teoria Crítica faz o sincretismo entre Marx e Freud, tenta a síntese entre os dois (“a repressão de uma sociedade capitalista cria uma condição freudiana generalizada de repressão individual”, e coisas do género).
No fundo, o que faz a Teoria Crítica? Critica. Só. Faz críticas. Critica a cultura europeia; critica a religião; critica o homem; critica tudo. Só não fazem auto-crítica (nem convém). Não se tratam de críticas construtivas; destroem tudo, criticam de forma a demolir tudo e todos.
Por essa altura, aderiram ao bando de Frankfurt dois senhores: Theodore Adorno e Herbert Marcuse. Este último emigrou para os Estados Unidos com o advento do nazismo.
Foi Marcuse que introduziu no Politicamente Correcto (ou marxismo cultural) um elemento importante: a sexualidade. Foi Marcuse que criou a frase “Make Love, Not War”. Marcuse defendeu o futuro da Humanidade como sendo uma sociedade da “perversidade polimórfica”, na linha das profecias de Nietzsche.
Marcuse defendeu também, já nos anos trinta do século passado, que a masculinidade e a feminilidade não eram diferenças sexuais essenciais, mas derivados de diferentes funções e papéis sociais; segundo Marcuse, não existem diferenças sexuais, senão como “diferenças construídas”.
Marcuse criou a noção de “tolerância repressiva” – tudo o que viesse da Direita tinha que ser intolerado e reprimido pela violência, e tudo o que viesse da Esquerda tinha que ser tolerado e apoiado pelo Estado. Marcuse é o pai do Politicamente Correcto moderno.
O sucesso de expansão do Marxismo Cultural na opinião pública, em detrimento do Marxismo Económico, deve-se três razões simples: a primeira é que as teorias económicas marxistas são complicadas de entender pelo cidadão comum, enquanto que o tipo de dedução primária do raciocínio PC, aliado à fantasia de um mundo ideal e sem defeitos, é digno de se fazer entender pelo mentecapto mais empedernido. A segunda razão é porque o Politicamente Correcto critica por criticar, pratica a crítica destrutiva até à exaustão – e sabemos que a adesão popular (da juventude, em particular) a este tipo de escrutínio crítico é enorme. A terceira razão é que o antropocentrismo do marxismo económico falhou, como sistema social e económico, em todo o mundo; resta ao Marxismo a guerrilha cultural.
O que se está a passar hoje na sociedade ocidental, não é muito diferente do que se passou na União Soviética e na China, num passado recente. Assistimos ao policiamento do pensamento, à censura das ideias, rumo a uma sociedade totalitária.
Fonte: http://espectivas.wordpress.com/o-que-e-o-politicamente-correcto/

Extraído do site http://www.endireitar.org/site/

CAMINHANDO EM DIREÇÃO AO ABISMO

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009


O Brasil não tem só dançarinas! 
Segundo o deputado italiano Ettore Pirovano, o Brasil não é conhecido pelos seus juristas, mas pela suas dançarinas. Ele não faz idéia do que é o Brasil. Ele não sabe que o Brasil é um país onde tudo se pode comprar. Dançarina é uma das modalidades que o Brasil exporta, e que se pode comprar de várias formas. Mas existem muitas outras. Algumas, o Brasil o não abre mão. 
Lula está no governo há mais de 7 anos, e não fez absolutamente nada para conter isso. Aliás, estes números só tem aumentado. Lula e sua quadrilha estão preocupados em negar asilo a Cubanos e asilar terroristas e traficantes de drogas. Lula está preocupado com o caixa que está fazendo para continuar na mordomia adquirida ao se transformar em Presidente, quando também tornou realidade as previsões de Regina Duarte.
Lula está preocupado em se cercar do que é pior. Com tantos podres em volta, não haverá qualquer um que queira que o Presidente seja limpo. É o caso da imprensa e de outros setores que recebem alguns milhões de reais para continuar dizendo que Lula está sóbrio e limpo.
Muitos destes milhões abastecem uma rede de jornalistas encalhados, que precisam criar polêmicas para que seus textos tenham valor. Jornalista que recebe para falar bem de Lula e apoiar o refúgio de Battisti, são muitos. Mas estes ele não exporta. E para isso eu tenho uma história que guardei durante muitos anos para poder escrever neste momento:
Um italiano casou-se com uma brasileira. O italiano preferiu morar na Itália pois sabia que morar no Brasil não é uma opção muito interessante. Andar nas ruas de São Paulo por exemplo é um risco desnecessário. Sem qualquer política de segurança, levar um tiro é bastante comum. Sem contar que o Sistema Único de Saúde é uma rede que não tem o mínimo de dignidade para os pacientes além de ter em sua folha de pagamento, traficantes de órgãos protegidos pelo estado. No preço em que está um rim no Brasil, e com a enorme proteção que Lula dá à traficantes, não valeria a pena arriscar.
O italiano trabalhava muito para sustentar os luxos da brasileira recem chegada à Itália. Ela gastava muito e não parava em casa. Enquanto o marido trabalhava ela ficava o dia todo fora. A noite, ela dormia pois se dizia bastante cansada. Cansada? Sim. É muito cansativo não fazer nada. 

Alguns amigos do italiano começaram a alertá-lo de que alguma coisa não estava bem, mas ele não deu ouvidos. No entanto, contratou um detetive para dirimir eventuais dúvidas. 
Um ano após chegarem à Itália e a 9 meses sem sexo, ela anuncia a gravidez.
O italiano não se continha de felicidade! Enfeitou a casa, chamou os amigos e comemorou a noite toda. Depois da comemoração, o italiano revelou a sua esposa: "Meu filho vai crescer no Brasil!"
Como no Brasil? Sempre pensou que o Brasil não era um lugar bom para viver. E é verdade. Logo o italiano explicou: Investiguei você. Não é verdade que você tem um caso com um jornalista brasileiro que apóia o Lula e está louco para que Cesare Battisti seja considerado refugiado político?
Sem ter como negar, diante das evidências e percebendo que o marido já estava a investigando por algum tempo, confirmou. Sim!
Pois bem, lugar de filho da puta é no Brasil. Nosso filho, vai morar lá!
Algumas pessoas estão caminhando para o seu próprio abismo e não percebem isso. Alguém já viu ONG Cubana que recebe milhares de reais para apoiar Castro? Claro que não. Eles apoiam Castro de graça, ou quase de graça. Pagam caro pois não têm liberdade para expôr o que de fato acontece na ilha.
Vocês já viram Blogs Cubanos, onde jornalistas chamam ministros de corruptos? Claro que não. Mas existem! O maior exemplo Cubano é da filóloga Yoani Sanches (clique aqui), que em seu blog, direto de Cuba, faz críticas à ditadura Cubana. Segundo o jornalista Jorge Antonio Barros, o blog foi boicotado e o acesso ao mesmo foi prejudicado por lentidão proposital. A matéria (leia aqui), é de 25/03/2008, portanto bastante recente o que significa que a censura está mais viva do que nunca.
Jornalistas e Ongueiras serão engolidos com o novo regime que defendem. Perderão espaço e voz, pois não serão mais necessários. Por isso, rezo todos os dias para que o socialismo invada de vez o Brasil e que tudo fique em seus lugares, caladinhos e miseráveis como sempre deveriam estar.
Aqui na Itália, como sou uma pessoa livre e posso escrever e pensar o que quiser, já está agendado um novo encontro com o governo italiano. A data não está marcada, mas o encontro já está confirmado. Estarei com o Presidente de uma comissão do parlamento italiano que cuida de assuntos ligados à infância. 
É muito bom poder falar e ser ouvido, mesmo sendo um estrangeiro, pois no meu país de origem, isso só é permitido a terroristas, traficantes de droga e órgãos humanos, e jornalistas e ongueiros que se vendem para o governo. O crime organizado, a qual pertence o presidente Lula, não permite o meu acesso e me persegue para que eu fique calado.
O que só eu dizia, o mundo todo está dizendo: Lula dá cobertura a assassinos.

Fonte desse artigo: http://ppavesi.blogspot.com


Comentário meu: O Brasil hoje é uma panela de pressão. A válvula é o assistencialismo. Até quando?

O LIMIAR DE UM ADMIRÁVEL MUNDO NOVO


Maconheiros de todo mundo, uni-vos!

Por Arlindo Montenegro


A foto acima, retirei sem licença, da página que um Patriota envia diariamente, para não sei quantos atentos leitores não maconheiros, certamente. É um flagrante do encerramento do Foro Social em Belém. Num dado instante deste evento exemplar, o ilustre Ministro da Justiça cruzou com a moçada e foi aplaudido. É um stalinista emérito.
Faltou a redação de um documento, manifesto internacional ongambientalista socialista bolivariano, que poderia começar com o título acima. Lembrei muitas histórias vividas e ouvidas sobre os efeitos do tetracanabinol e outras drogas. No Maranhão, sesmarias do atual Presidente do Senado, em povoados miseráveis, os angelicais índios da reserva vizinha, carregam cestos da erva em bicicletas e vendem para os miscigenados da vila. Trocam por cachaça.
Olho a foto e penso que os moços reunidos pelas ongs internacionais na grande festa encheram a cuca com a fumaça fedida, não para espantar os mosquitos que eram afastados por repelentes capitalistas. Sim, para ver o mundo com as pupilas dilatadas e a consciência alterada, com muito riso e sem censura. Alheios à realidade.
NA MARCHA FOTOGRAFADA ESTÃO OS FUTUROS LÍDERES DO BRASIL E OUTROS PAISES REPRESENTADOS NA FESTA, os futuros legisladores, OS QUE VÃO DECIDIR O QUE FAZER COM A SUA VIDA E COM OS FRUTOS DO SEU TRABALHO.
Já vi este filme! Já ouvi testemunhos de como a moçada queima fumo nas escolas. Já ouvi relatos de professores coniventes. Já convivi com mestres apavoradas com a violência. E é triste ver escolas cercadas por grades e muros altos, como prisões, para impedir a invasão de traficantes.
O fumo esteve presente no prédio da Une, tombado na Praia do Russel, monumento histórico. Esta presente nas escolas superiores. E no final das contas, os caretas, os bons moços, os lúcidos vão seguir suas profissões liberais e constituir famílias. Os outros amigos vão prolongar a vida estudantil até a maturidade, continuando na militância política. Muitos, mais adiante vão ser eleitos representantes do povo, ocupar cargos públicos, ministérios, direção de ongs esquerdistas.
Claro que existem muitas exceções saudáveis. Como existem os que preferem produtos refinados, importados dos companheiros da Colômbia e da Bolívia, mais eficazes. A violência cotidiana natural para os moços desta geração de servos dos controladores, permeia hoje cada biboca nos recantos mais remotos deste pais continental.
É natural que, incapazes de concentrar-se em conseqüência da queima dos neurônios, sejam utilizados para pregar de modo continuado contra o sistema capitalista, contra a família e contra as liberdades que exigem responsabilidade, trabalho, respeito humano e respeito às Leis. Um admirável mundo novo!
Vivemos no limiar de exacerbação da violência e sem escolhas, sem defesa. Uma narrativa que transcrevo com alguns cortes, pode exemplificar e orientar esta e outras conclusões:
“Em maio do ano passado, numa solenidade, no Rio, Thiago da Fonseca, um major de 87 anos, cabeça branca e voz firme, driblou a segurança e relatou rapidamente ao ouvido do presidente da República as agruras por que passavam os ex combatentes. Lula chamou um auxiliar, determinou providências urgentes. A ordem do presidente resultou em nada. Dois meses depois Lula recomendaria aos estudantes reunidos na UNE que procurassem seus heróis, porque o país só lembrava de um: Tiradentes.
Os velhos pracinhas fecharam as portas do local onde mantinham viva a memória de personagens vivos da construção da democracia. A nação perdeu a memória e, para isso, não há remédio. Este é o cenário caótico, fruto da condução populista dos que deixam as crianças à mercê de traficantes, trata com desprezo seus velhos e heróis vivos. Em uniforme de gala, os pracinhas brincam de trocar a guarda, todos os meses, naquele monumento aos ex-combatentes brasileiros contra o nazismo, bem ali no aterro do Flamengo.
A meninada internacionalista luta para entregar a Amazônia aos companheiros, luta pelo poder para representantes de um regime pior que o nazismo. E nem se dá conta de que está sendo utilizada. Os neurônios já estão corroídos. O tetracanabinol da maconha destrói as sinapses, que fazem as conexões neurais...
As Forças Armadas estão seriamente infiltradas como todas as instituições. A crise prenuncia mais violência. Nossos políticos perderam o rumo objetivo da construção de uma nação soberana.

Arlindo Montenegro é Apicultor. Mas não fica doidão nem quando leva picada de abelha.

Fonte desse artigo: http://alertatotal.blogspot.com


Comentário meu: Um outro mundo é possível...meu Pai amado! Afasta de mim esse cálice! 

 
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