sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
O POLITICAMENTE CORRETO: A GUERRILHA CULTURAL COMUNISTA
por Márcio Luís Chila Freyesleben*
Há algum tempo, o Governo Federal tentou implantar a cartilha do politicamente correto. Ser politicamente correto significaria empregar linguagem livre de discriminação, de modo a evitar ofensa a pessoas ou grupos, por conta de raça, credo, sexualidade, etc. Pela regra do politicamente correto, não se diz "negro", mas sim "afrodescendente"; não se diz Direitos Naturais do "Homem", mas sim Direitos "Humanos". São recriminadas palavras do tipo "judiar" (derivada de judeu), "denegrir" (derivada de negro) e, segundo a cartilha lulista, o vocábulo "comunista" deveria ser evitado (Niermayer quis esgoelar o Lula) . A cartilha, é claro, não emplacou, e foi recolhida ao almoxarifado. Mas a moda do politicamente correto continua a fazer estragos pela Nação afora.
Poucos sabem que a ideia do politicamente correto teve origem em Karl Marx. O Manifesto Comunista, escrito por Marx no séc. XIX, possuía duas linhas: o marxismo econômico, que pregava que a história é determinada pelos grupos detentores dos meios de produção; e o marxismo cultural, que pregava a ideia de que a história é determinada pelos grupos detentores do poder (o marxismo cultural é a semente do politicamente correto).
O marxismo cultural, assim como marxismo econômico, pregavam que a história da sociedade é marcada pela luta de classes. A sociedade seria composta por dois grupos antagônicos: os burgueses e os proletários. Os burgueses disporiam dos meios de produção (fabricas, máquinas, recursos econômicos), com os quais oprimiriam a classe proletária. A sociedade, portanto, seria composta de opressores e de oprimidos; estes seriam vítimas daqueles. Sendo assim, os marxistas chegaram à conclusão maniqueísta de que os trabalhadores são sempre bons e de que a burguesia é invariavelmente má. Haveria, na sociedade, grupos bons e grupos maus. Os opressores seriam sempre maus e os oprimidos, sempre bons, independentemente do que fizessem. Durante a Contrarrevolução de 64, por exemplo, os militares impediram que terroristas subversivos implantassem no Brasil o comunismo. Hoje, no entanto, os militares são maus e os terroristas são bons.
O marxismo econômico pregava a tomada do poder pela força, enquanto o marxismo cultural, a partir de estudos e teorias desenvolvidas ao longo da primeira metade do século passado, pregava o desconstrucionismo, que consistiria na desconstrução dos textos históricos, filisóficos e literários, com a finalidade de desestruturar (distorcer) as idéias e valores até então estabelecidos. Por exemplo, a análise desconstrucionista da Contrarrevolução de 64 permitiu à esquerda brasileira afirmar que os militares perseguiram pessoas que lutavam pela democracia e pela liberdade, assim subvertendo a verdade, pois qualquer pessoa com um mínimo de honestidade intelectual sabe que aqueles indivíduos eram terrorista que lutavam pelo comunismo, regime que despreza a democracia e a liberdade. Fazem isso porque, para o marxismo cultural, a história resume-se à análise das lutas de classes: luta dos bons contra os maus. Para eles, a Contrarrevolução foi um Golpe Militar.
O marxismo cultural culminou impondo o "relativismo moral" como filosofia, subvertendo os valores da sociedade tradicional. É a doutrina do politicamente correto que transforma um assassino com Che Guevara em herói; é ela que faz com que Fidel Castro, um assassino psicopata, seja venerado por políticos, intelectuais e artistas famosos. A relativização moral invade a televisão (as novelas principalmente), a imprensa, a escola, a arte, e os homens de bem perdem a capacidade de dizer a verdade. O politicamente correto é a ferramenta com a qual se pretende destruir as bases da civilização ocidental: a fé cristã, o direito romano e a filosofia grega; bases sem as quais o homem não se reconhece. Quando isso acontece, a mentira triunfa.
Em 1917, com a revolução Russa, os marxistas da linha econômica chegaram ao poder, fato que gerou grandes expectativas ao marxistas europeus e findou por relegar a segundo plano o marxismo cultural. Com o passar do tempo, verificou-se que o marxismo não conseguia implantar-se na Europa. Ideólogos como Gramsci concluíram que os trabalhadores europeus não aderiam à luta de classes porque eram muito apegados aos valores culturais, à religião cristã principalmente. Foi, então, que o marxismo cultural ressurgiu. Com o marxismo cultural seria possível destruir os valores europeus, que era a causa do fracasso marxista no Velho Continente.
A Escola de Frankfurt encampou a teoria do marxismo cultural e criou a Teoria Crítica para difundir o comunismo na Europa. Muitos consideram a Escola de Frankfurt o berço do politicamente correto.
O marxismo dos frankfurtianos era desalinhado com o marxismo-leninista (marxismo de Moscou). Os frankfurtianos desprezavam os achados econômicos de Marx e os estratagemas da burocracia bolchevista; eles preferiam investir tempo e dinheiro na "teoria da alienação" (a sociedade capitalista transforma o homem em mercadoria, em "coisa", perdendo a consciência de si); Teodor Adorno (1903-1969) dizia que Hollywood era a própria fonte da alienação [mais tarde, Hollywood transformar-se-ia em base dos marxistas culturais: vide o código venona]. Com a Escola de Frankfurt, o marxismo cultural passa para o primeiro plano. A Escola une o marxismo cultural às ideias da psicanalise de Freud [a repressão do indivíduo (Freud) decorria da opressão capitalista (Marx)], e elege a cultura como instrumento de luta pelo poder. Nasce a guerrilha cultural, em substituição à luta armada dos leninistas. Surge a Teoria Crítica e consolida-se a doutrina do politicamente correto.
Para levar a cabo sua empreitada, a Teoria Crítica critica tudo. Pode-se dizer, resumidamente, que ela critica os valores da sociedade capitalista: a família, a religião, a moral, a propriedade, etc. Não são críticas construtivas, pois, como eu disse, eles desejavam desconstruir, isto é, subverter os valores que impedem a implantação do marxismo. Seu modo de operar é engenhoso. Entidades civis (associações, fundações, ongs em geral), normalmente financiadas com o dinheiro público ou beneficiadas com imunidades e isenções fiscais, assumem a defesa de grupos oprimidos (os invariavelmente bons de que falei acima). Gays, feministas, quilombolas, sem-terra, sem-teto, sem-trabalho, sem-terra-indígena-demarcada, sem-juízo (magistrados do Fórum Mundial de Juízes) e demais espécimes sem-par do gênero sem-vergonha, constituem o público dileto dos adeptos da Teoria Crítica da Escola de Frankfurt, os politicamente corretos.
Nos anos trinta do século passado, o frankfurtiano Herbert Marcuse (foi ele que cunhou a expressão "faça amor não faça a guerra") criou a noção de "tolerância repressiva": tudo que viesse da direta deveria ser reprimido; tudo que viesse da esquerda deveria ser apoiado pelo Estado. Marcuse é considerado o pai do politicamente correto moderno, que passou a ser o instrumento da guerrilha cultural, com a qual se pretende implantar o marxismo, a sociedade totalitária.
Quando se trata do politicamente correto, cessa tudo que a antiga musa canta. A história é reescrita de acordo com os valores da esquerda. Não só isso. Qualquer expressão que possa ser ofensiva aos grupos oprimidos, deve ser substituída por outras politicamente corretas. No passado, a Escola de Frankfurt, sob a égide do politicamente correto, forneceu as bases ideológicas do fenômeno "hippie"; na atualidade, fomenta a ação dos eco-terroristas, dos movimentos gays, da união homossexual, da liberação das drogas, da descriminalização do aborto, e de uma infinidade de valores minoritários, com a exclusiva finalidade de destruir os valores da civilização capitalista, em particular Deus, Pátria e Família.
Nos anos 60 e 70, a influência dos frankfurtianos perdeu força com o advento da revolução cubana, dos movimentos de libertação na África e a revolta estudantil francesa de 1968. No Brasil, as Forças Armadas impediram os comunistas de tomar o poder, em 1964. Tais fatos reacenderam nas esquerdas do mundo todo o sonho da luta armada. Retorna ao primeiro plano o marxismo econômico. No Brasil, os comunistas deram início ao confronto armado. Com a estrondosa derrota dos comunistas no Brasil e com a queda do Muro de Berlim, o marxismo cultural retorna ao primeiro plano, agora, porém, com uma vantagem: a queda do Muro de Berlim criou em todos a falsa impressão de que, com o muro, caíra por terra o próprio comunismo. Nesse sentido, a queda do Muro de Berlim funcionou como um verdadeiro Cavalo de Tróia: enquanto a direita dorme de espírito desarmado, a esquerda, travestida de socialista do século XXI, campeia livre, implantando a guerrilha cultural.
Em suma: os comunistas mudaram de "front". A guerrilha cultural está em franca atividade, e ninguém percebe.
Aliás! você já teve a curiosidade de consultar os livros didáticos de seu filho? Você já leu o livro de História que a escola dele indicou? Hummm!!!!!!!!!!
* Procurador de Justiça do Ministério Público de Minas Gerais
Fonte desse artigo: site do Diego Casagrande
2 Comments:
Caro Renam, mais um estudo atualíssimo de nossa implosão cultural... abração
Excelente esse artigo.
Também já publiquei ele.
Se todos lessem esse texto com muito cuidado e atenção, duvido que essa "hipnose Gramsicista" permaneceria.
O difícil que tudo o que esta aí ele disse que e como iria acontecer...
Maldito...
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